O mix de coleção deve ser harmônico e equilibrado, e estes conceitos são um tanto subjetivos, visto que estão relacionados ao olhar, ao efeito visual que a coleção apresenta. Uma boa dica, segundo Rigueiral (1998) é olhar de longe, ou seja, ampliar o campo visual e analisar se o que está neste campo de visão não agride, se algo destoa, não está harmônico, quebrou o equilíbrio. Para contribuir com este conceito existem algumas regrinhas para auxiliar a dividir e equilibrar o mix, como:
1. Tipo de Produto: quantos produtos de cada tipo precisam estar disponíveis na loja, os tipos de produto são:
Top: São as partes de cima: camisas, camisetas, blusas, tops, etc.
Bottom: São as partes de baixo: calças, bermudas, saias, shorts, etc.
Outwear: São as peças de sobreposição: casacos, jaquetas, mantôs, sobretudos, etc.
One Piece: Peças únicas: vestidos, macacões, etc.
Complementos: Acessórios em geral.
Segundo apostila do SENAC, a proporção de produtos deve ser definida com foco no público, porém existem tabelas que ajudam nessa definição, como por exemplo:
Fonte: Desenho da autora
2. Modelo: quantos modelos, por tipo de produto, devem estar disponíveis, considerando a modelagem e os demais detalhes das peças como pences, recortes, bolsos, mangas, entre outros que diferenciam uma peça da outra, juntamente com as definições de proporção e comprimento.
3. Matéria-Prima: a matéria-prima é o componente principal na valorização da modelagem, portanto saber qual o melhor tecido para determinada modelagem (modelo) é muito importante. Assim, pode-se determinar a quantidade de variações de tecidos que irão compor o mix mantendo o equilíbrio.
4. Cor: as cores são o primeiro recurso para se atingir o impacto visual, despertar o olhar, chamar a atenção para o produto, portanto definir quais são as variações de cores para cada produto e quais as cores mais importantes para se oferecer, percebendo, claramente, que as cores e as combinações mudam a cada estação acompanhando as tendências, é comum trabalhar com um número entre 8 e 12 cores diferentes.
5. Tamanho: definir a grade de tamanhos que a loja oferece, ou seja, quantas peças de cada tamanho deve existir. Pode variar de acordo com o público e a linha de produtos oferecida, como por exemplo:
Fonte: Desenho da autora
Referência bibliográfica:
RIGUEIRAL, Carlota e RIGUEIRAL, Flávio. Design e Moda: como agregar valor e diferenciar sua confecção. Brasília: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2002.
SENAC. Apostila Gestão e Desenvolvimento de Produto de Moda. Material de apoio ao curso de Gestão e Desenvolvimento de Produto. São Paulo: SENAC.
Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial