Aproximar a prática da teoria em busca do aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização e controle do setor de base florestal. Foi partindo dessa premissa que cerca de 30 pessoas – entre integrantes da cadeia produtiva da madeira, membros dos órgãos ambientais, de fiscalização e de investigação – participaram, na segunda-feira (25/11), de uma visita técnica em uma área de manejo sustentável situada no noroeste de Mato Grosso, divisa com o estado de Rondônia, em plena Amazônia Legal.
O encontro, que também serviu para criação de um Gabinete de Gestão Integrada na região visando o fortalecimento das ações conjuntas controle, monitoramento e fiscalização, ocorreu na fazenda Consolação. A propriedade está localizada na cidade de Juína (a cerca de 740 km de Cuiabá), intitulada de a ‘Rainha da Floresta’. E foi lá, em meio a diversidade do bioma amazônico, que os participantes puderam conhecer de perto como funciona o manejo florestal sustentável.
O guia dessa experiência em meio à floresta foi Paulo Augusto Veronese, principal representante do setor na região. O empresário, que preside o Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno) desde 2017 e integra a diretoria do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado (Cipem), esclareceu diversas dúvidas do grupo, durante as quase três horas de visita.
“Foi uma experiência muito positiva, porque existe uma certa distância entre a teoria e a prática. Tem coisas que só quem está na ponta sabe. E foi bom poder demonstrar isso aos participantes. Às vezes, quem autoriza, monitora ou fiscaliza, não tem uma ideia real das possíveis falhas, incongruências ou inconformidades que ocorrem quando se vai da teoria à prática”, considerou o anfitrião.
A proposta da visita técnica partiu da iniciativa do Ministério Público do Estado (MPE) e foi coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A vistoria ‘in loco’ envolveu representantes de diversas entidades como o Simno, Cipem, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Polícia Judiciária Civil (PJC) e Polícia Militar Ambiental.
Para o presidente do Cipem, Rafael Mason, o compartilhamento de informações e experiências com os órgãos de comando, fiscalização e controle só reafirmam o compromisso do setor de base florestal com a transparência da atividade. “Consideramos que vivências como esta dão a oportunidade do aprendizado, na prática, da técnica do manejo florestal sustentável. E o Cipem defende o equilibrio entre produção e conservação ambiental”, pontuou.
Após a vistoria técnica realizada em área pela Sema, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazaretti, e sua equipe apresentaram as ações desenvolvidas pelo órgão no combate aos crimes ambientais, além da mais nova ferramenta de monitoramento e fiscalização, a plataforma Planet; capaz de identificar, por meio de imagens de alta resolução, possíveis ilícitos em tempo real.
O superintendente do Ibama, Gibson Almeida, a delegada da PJC, Alessandra Saturnino, o promotor de Justiça, Marcelo Vacchiano, e o representante do Batalhão da Polícia Militar Ambiental, Ten. Cel. Daniel Salustiano, enfatizaram a importância do cruzamento de dados e informações para as investigações de possíveis crimes ambientais. A troca será possível em breve, com a criação do Gabinete de Gestão Integrada na região.