A 378ª reunião ordinária da Diretoria Plena da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), nessa terça-feira, 1º de outubro, teve como principal assunto os riscos e as oportunidades para as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras diante de inovações disruptivas. Diretores da instituição, empresários e representantes de instituições públicas e privadas assistiram a uma apresentação do consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) João Carlos Ferraz.
Professor-adjunto do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ferraz é coordenador-executivo do projeto Indústria 2027, que avaliou como oito grupos de tecnologias vão afetar dez setores produtivos da economia em um período de cinco a dez anos.
O estudo, iniciado em 2017 e concluído em 2018, foi coordenado pela CNI e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com a UFRJ e a Universidade Estadual de Campinas. Por meio de um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi feita a análise para as micro e pequenas empresas.
Na sede da Fibra, Ferraz falou sobre a importância da adoção de tecnologias digitais. De acordo com o estudo, as transformações caminham para modelos de negócio integrados, conectados e inteligentes. “Ser uma empresa grande será cada vez menos importante. Essas soluções que estão vindo podem combinar tamanho e personalização [do produto]”, explicou o consultor. Uma das oportunidades destacadas para as MPEs é explorar nichos.
Embora empresas de menor porte tenham desvantagens competitivas, como no acesso a recursos, podem crescer a partir das novas tecnologias e das atitudes daqueles que gerenciam o negócio. “A micro e pequena empresa tem flexibilidade e agilidade. Uma grande empresa, em geral, está associada a uma estrutura burocrática.” Após a palestra, participantes fizeram comentários e tiraram dúvidas sobre temas como legislação e desafios enfrentados por startups.
“Muitos veem a inovação como uma coisa fora da nossa realidade, do nosso alcance, mas, na verdade, temos que desmistificar esse tema. As pequenas inovações que temos em nossos negócios no dia a dia é que vão se transformar em grandes inovações”, disse o 1º vice-presidente da Fibra, Pedro Verano, que presidiu a reunião. No Distrito Federal, dos 5.131 estabelecimentos industriais, 95,8% são micro e pequenas.
Para o diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Federação, Graciomário de Queiroz, é importante alertar os empresários para que estejam atentos aos riscos de não acompanharem as mudanças. “Esse tema é tido como um dos mais importantes do século, porque está mudando a maioria dos conceitos que influencia o comportamento das pessoas, obrigando as empresas a se reinventarem para atender aos anseios da sociedade.”
Também compuseram a mesa da reunião a especialista de Desenvolvimento Industrial da CNI Julieta Costa Cunha e o diretor-presidente da Biotic S.A., Gustavo Dias Henrique.
Veja aqui a galeria de imagens.