Pouco mais de um ano depois de os cortes semanais de água se tornarem parte da rotina no Distrito Federal, os industriais mostram ter se adaptado e encontrado formas de diminuir o consumo. Logo que começou o racionamento, no início de 2017, 33,3% das indústrias brasilienses acreditavam que haveria impacto sobre o faturamento. Agora, apenas 15,3% dizem que os cortes lhes causam prejuízo.
Os resultados são da Pesquisa Impacto do Racionamento de Água na Indústria do Distrito Federal, feita pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-DF). A primeira amostragem foi realizada em março de 2017 e a última, em janeiro de 2018, do dia 3 ao dia 15.
O novo estudo ouviu 222 indústrias de todos os portes instaladas no DF, das quais 49,5% usam água no processo produtivo. Dessa parcela, 42,4% dizem ter a produção prejudicada em razão dos cortes periódicos feitos pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Na pesquisa do ano passado, esse percentual foi 44,8%.
Diante da falta de previsão de término do racionamento e da conscientização sobre a necessidade de se gastar menos água, alguns empreendimentos fizeram adequações. A maioria – 69,8% – não tem fontes alternativas, embora esse grupo inclua empreendimentos que instalaram ou acrescentaram caixas d´água – 12,6% do total. O caminhão-pipa tornou-se opção para 18,9% dos entrevistados. Os que fazem captação de água da chuva representam 6,8%.
Cenário
As 5.530 indústrias do DF usam menos de 1% da água fornecida pela Caesb (0,35%) – 95,9% são micro e pequenas empresas. O ano de 2017 marcou o início da recuperação após a crise econômica, com produção industrial maior que nos dois anos anteriores, quando ainda não havia racionamento. Embora a utilização da capacidade instalada ainda esteja baixa, subiu 5 pontos percentuais no ano passado, chegando a 64% em dezembro.
Texto: Anna Halley
Foto de capa: Tony Winston/Agência Brasília
Foto interna: Cristiano Costa/Sistema Fibra