O Comitê de Financiamento à Atividade Produtiva do Distrito Federal (Cofap) aprovou, nesta quarta-feira (5/7), em reunião realizada na sede da Federação das Indústrias do DF (Fibra), a liberação de R$ 34 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) às empresas do DF e Entorno. Esta foi a primeira reunião itinerante do Cofap, que percorrerá as federações representativas de todo o setor produtivo do DF. A reunião foi presidida pelo secretário de Estado de Economia e Desenvolvimento Sustentável de Brasília e coordenador Executivo do Cofap, Valdir de Oliveira, e pelo anfitrião e conselheiro da Indústria junto ao Cofap, Jamal Jorge Bittar.
“Trazer a reunião itinerante à Fibra, convidar o Banco do Brasil e aprovar as cartas-consulta aqui tem um simbolismo muito importante para nós: é o empreendedor aprovando a operação de crédito para o empreendedor”, disse. Valdir reitera que as reuniões itinerantes “serão um estímulo para que os empresários apresentem suas propostas e para que haja maior vasão ao crédito do FCO”. O secretário se refere ao R$ 1,9 bilhão que o DF precisa comprometer até setembro. Caso contrário, o montante ficará disponível para o pleito dos demais estados do Centro-Oeste.
O Banco do Brasil esteve presente na oportunidade, representado pelo gerente de Negócios da Superintendência de Varejo do DF, Flávio Luiz Silva. Segundo dados do Banco do Brasil, até maio deste ano, foram contratados R$ 173 milhões pelo FCO e outros R$ 179 milhões foram utilizados – este último valor refere-se às operações que foram aprovadas ainda no final de 2016. “Estimamos 802 operações, sendo que há 342 na esteira do BB e 460 já foram efetivadas neste ano”, informou o gerente do Banco.
O FCO é uma linha de crédito com prazos, limites e encargos financeiros diferenciados, destinados às empresas que se dedicam à atividade produtiva nos setores industrial, agroindustrial, mineral, de turismo, de infraestrutura econômica e de comércio e serviços na região Centro-Oeste.
Os empresários presentes à reunião apresentaram reinvindicações antigas acerca do FCO ao Banco do Brasil, como demora no processo de aprovação, burocracia, excesso de garantias e a dificuldade de acesso das micro e pequenas empresas ao Fundo.
Para sanar alguns problemas, o gerente Flávio expos que o banco vem adotando algumas ações para mudança na forma de atendimento. A agência do SIA trecho 3, por exemplo, já tem estrutura de atendimento apenas à Pessoa Jurídica (PJ), mas que não faz distinção do pequeno ao grande empreendedor. Outras três agências especializadas em PJs estão sendo criadas. “Para as MPEs, estão sendo abertos escritórios de atendimento num modelo digital, para atendimento à distância: telefone, e-mail, site, e outras ferramentas que o Banco está criando”, ressalta Flávio.
O diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Fibra, Graciomário de Queiroz, trouxe à reunião uma proposta muito bem acolhida pelo secretário Valdir e que deve, em breve, ser trabalhada no DF. “Verifica-se, hoje, que no BB não há nenhum projeto estruturante que contemple o DF. No entanto, se observar Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, de forma perene, quatro ou cinco projetos estruturantes”, disse o diretor. Segundo ele, a ideia é bem objetiva. Que a Fibra trabalhe junto ao Governo de Brasília dois ou três projetos estruturantes que permitam, em torno deles, desenvolver mais algumas dezenas de projetos de menor porte. “Não concordo que o Banco do Brasil seja um intermediador financeiro. No viés do FCO, ele é um banco de desenvolvimento. Então não pode ter a visão somente de lucro e resultado”, finalizou Graciomário.
Composição do Cofap
Atualmente, o Cofap-DF é composto por 11 integrantes oriundos de órgãos do Governo do Distrito Federal e do Setor Produtivo (Fibra, Fecomércio, Fape, CDL-DF, Faci-DF).