Iniciamos este ano de 2014 com uma série de desafios e, consequentemente, novas oportunidades.
As nossas exportações continuam dificultadas pelo real excessivamente valorizado em relação ao dólar, burocracia inaceitável, uma das maiores cargas tributárias do planeta, deficiência na estrutura logística de forma geral e com elevadíssimos custos portuários em particular. Em função desta realidade, a balança comercial do setor têxtil foi de um superávit de US$ 295 milhões em 2005 para um déficit de US$ 5,5 bi em 2013.
Esse cenário nos leva a concluir que a indústria têxtil e de confecção nacional deveria se voltar prioritariamente para o mercado interno. No entanto, o que parecia uma decisão simples tem nos levado a enfrentar uma nova categoria de desafios. O elevado “custo Brasil “, aliado a uma moeda artificialmente forte, tornou os produtos têxteis fabricados na Ásia, em especial na China, nossos grandes competidores também aqui no nosso mercado. Esses produtos são manufaturados com energia elétrica que custa a metade da nossa e com mão de obra que custa um terço da brasileira. Em função desta realidade, o produto importado já representa cerca de 20% do consumo de produtos têxteis de nosso mercado interno.
Apesar de todas as dificuldades elencadas acima, o nosso setor faturou em 2013, 56 bilhões de dólares, que representa 5% do PIB industrial e empregou 1.700.000 pessoas, que corresponde a 11% da mão de obra empregada na indústria.
O nosso setor quer e tem condições de continuar forte e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. Os números acima demonstram que apesar das inúmeras dificuldades seguimos como parte relevante da economia nacional, seja em termos de participação do PIB, seja na condição de empregadores de mão de obra. Porém, para que possamos avançar, necessitamos de uma carga tributária civilizada, flexibilização nas relações de trabalho, custos logísticos competitivos, acordos comerciais que facilitem as nossas exportações e custos de energia elétrica compatíveis com a atividade de manufatura. Em suma, necessitamos de condições isonômicas de competição. Somos fortes e competitivos e temos que continuar lutando para ganhos de produtividade internamente e por melhorias nas condições externas.
João Batista Gomes Lima - Presidente