A cada dia que passa, desde que começou a crise que a pandemia da Covid-19 provocou, os empresários do segmento da alimentação fora do lar trabalham para encontrar maneiras de manter viva as suas empresas.
Os empresários se adaptam, se reinventam e buscam soluções para a nova realidade. Negócios que nunca trabalharam com delivery passaram a oferecer essa modalidade. Ao mesmo tempo, para manter a qualidade, muitos restaurantes e outras empresas de alimentação tiveram que reajustar os seus cardápios e produtos disponíveis para oferecer aos clientes.
Ações colaborativas
Em Alta Floresta (791 km de Cuiabá) a Associação da Gastronomia de Alta Floresta (AEGAF), tem exercido um papel importante para os associados. De acordo com o presidente, Ricardo Pagnoncelli, muitos empresários, até mesmo aqueles que não são associados, procuravam a AEGAF para saber mais sobre os decretos. “Nesse primeiro momento, a associação foi fundamental para levar informação para os empresários, pois muitos ficaram perdidos, uma parte abria e a outra fechava ou não sabiam se o seu restaurante poderia abrir ou não”, conta. Pagnoncelli
Hoje, a AEGAF tem 30 associados e busca desenvolver ações colaborativas com os membros nesse período de incertezas. Pagnoncelli, explica que algumas empresas já trabalhavam com delivery, mas outras não, e que precisaram se adaptar a realidade. “Muitos negócios tiveram que se reestruturar. Empresas muito pequenas, onde não compensava contratar um entregador, passaram a utilizar, por meio da associação, de entregadores de forma compartilhada”, fala o presidente da AEGAF.
Outro trabalho que a associação está desenvolvendo é a compra de gás industrial. “Estamos em contato com o fornecedor, que atende a AEGAF, pedindo uma redução do preço devido aqueda de faturamento das empresas. Nesse momento, a associação tem que apoiar e auxiliar os empresários, e a gente só consegue ter força com a nossa união”, finaliza Pagnoncelli.
Seguir em frente
A empresária Leana Reis, também de Alta Floresta, é uma inspiração para quem busca força para seguir em frente. Proprietária do “Buffet & Marmitaria Leana Reis”, Leana viu que era necessário refazer o seu negócio. “Tenho a marmitaria e o buffet, que estava bombando, muitos eventos, um atrás do outro, estava no auge quando chegou essa crise. E aí foram cancelando os eventos ou adiando e eu pensando – meu Deus e agora? Tenho um monte de boleto para pagar – foi aí que comecei a trabalhar com a entrega de marmitas, pratos e massas congeladas”, explica Leana.
Ela optou por fazer pratos mais acessíveis. “Eu parti para comidas com um valor mais barato. Então, eu faço yakisoba (o de filé custa R$ 30 e o de frango R$ 25 – porção de 800g), escondidinho, lasanhas (bolonhesa e frango têm o valor de R$ 20 e a de presunto e queijo é R$ 25) e massas como rondelli e cannelloni (essas dão um pouco mais de trabalho aí a média de valor é R$ 40 o quilo)”, conta a empresária.
Leana está na linha de frente na produção. Com três funcionários, até o momento não foi preciso tomar nenhuma medida extrema. “Como também entrego marmitas (almoço e janta) de domingo a domingo para os funcionários do posto de saúde daqui, os meus empregados ficam até a hora do almoço, como não posso pagar hora extra eles, eu me viro com o restante, estou trabalhando bem mais que antes”.
A empresária fala que é necessário ter coragem. “Não dá para ficar parado, não dá para ficar esperando a coisa acontecer, não vai acontecer, não adianta. Não está sobrando um monte de dinheiro, mas pagando as minhas contas eu estou, graças a Deus”.
Trabalho que continua
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT) segue com os seus trabalhos, como conta a consultora do Sebrae MT, Inajara Amorim. “Nós continuamos com as consultorias, de forma remota, para os estabelecimentos que já tínhamos um contrato fechado para esse ano. Mas, agora, com um modelo de ação de gestão de crise, onde precisamos medir as decisões com menos tempo. E estamos conseguindo trazer muitas informações de mercado, de como será o processo de retomada, dados financeiros e o que o empresário precisa ficar atento para fazer as suas escolhas”.
Para colaborar com um número ainda maior de empresários do segmento, a instituição realiza no dia 29 de abril (quarta-feira), das 17h às 18h, uma live na plataforma Teams, que pode ser acessada pelo link encurtador.com.br/jmtEZ, de forma gratuita, com consultores especialistas da área. No bate-papo será feito uma projeção de como vai ficar o mercado do setor até dezembro de 2020 e quais serviços estão sendo mais impactados e que possivelmente vão sofrer mudanças. “Por exemplo, o self-service (onde a comida fica exposta) a gente não sabe se o cliente vai voltar a consumir do jeito que era antes”, fala Inajara.
Aos empreendedores que estão com dúvidas e precisam de ajuda, o Sebrae MT promove diversas transmissões ao vivo nas suas redes sociais – Facebook, Instagram e Youtube – e oferece consultorias online gratuitas que podem ser agendadas Central de Relacionamento pelo telefone 0800 570 0800.