Ações ergonômicas, psicossociais e reabilitação profissional estão entre as medidas que podem ser tomadas pela indústria na gestão de incapacidade do trabalho, afirma o fisioterapeuta especialista em ergonomia do Serviço Social da Indústria (Sesi MT), Antônio Oliveira, durante o 5º Protege - Seminário de Saúde e Segurança no Trabalho. O evento realizado nesta quinta-feira (20/09), em Juína, reuniu cerca de 200 pessoas para debater a gestão segura e inovadora para a indústria.
As ações preventivas, diz Oliveira, contribuem para a qualidade de vida do trabalhador e ainda custam mais barato para as empresas, já que todo afastamento acima de 15 dias incide diretamente no Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e a empresa sofre tributação pelo afastamento por até dois anos. “Os gastos com acidentes chegam a 5 bilhões de reais por ano, no Brasil. Por isso a palavra-chave é gestão. É possível prevenir, a partir de um plano primário, que pode minimizar os impactos deste problema que é social por envolver o trabalhador, sua família e a empresa”, afirma.
Além da prevenção, a gestão da incapacidade também deve ser inserida nos processos da indústria, devido a sua complexidade que envolve pelo menos três setores: Saúde e Segurança no Trabalho, produção e RH. “O Sesi oferece à indústria serviços que apoiam essa transição que está apoiada em pilares como a adaptação ao trabalho, dor crônica e intervenção precoce. Isso se dá a partir do estudo do ambiente da empresa”, relata.
SST e o eSocial
A Saúde e Segurança no Trabalho (SST) representa 21% das informações do eSocial e, conforme, o médico do trabalho, Paulo Reis, as empresas que nunca deram importância para esta área terão problemas por terem que passar ao fisco informações irregulares. “O exame de mudança de função, por exemplo, normalmente não é feito pelas empresas. E, toda vez que a folha for para o eSocial e a mudança detectada, terá a procura por algum atestado dela. Se não tiver, a empresa vai ser notificada. Iguais a esses terão vários cruzamentos a serem feitos passíveis de punição”, alerta ele, que ministrou a palestra “Impactos do eSocial sobre as práticas de SST”.
O sistema, que já está em vigência para todas as empresas na área de Recursos Humanos e folha de pagamento, passará a exigir o envio de informações de SST a partir de janeiro de 2019. Para o médico do trabalho, o eSocial trará um salto qualitativo para os profissionais que já atuam na área e que estejam atualizados. “Neste sentido, o Sesi e o Senai têm muita importância, pois elaboram cursos de qualidade nessa direção”, conclui.
A próxima cidade a receber o Protege é Primavera do Leste, no dia 02/10. As inscrições estão abertas em www.sesimt.com.br/protege.