Ciente da gravidade de ter a indústria penalizada em uma possível ação na justiça do trabalho, a empresária industrial do segmento da construção civil em Rondonópolis, Mirna Contini, não perdeu a oportunidade de compreender a esclarecer dúvidas relacionadas às 2.500 normas trabalhistas existentes, atualmente, no Brasil. Nesta quinta-feira (17/09), ela suspendeu o expediente para todos os funcionários do setor de departamento pessoal e gestão de pessoa da cerâmica para participarem do curso ‘Como Evitar Problemas Trabalhistas’, ofertado em Rondonópolis para as indústrias da cidade.
“Como gestora afirmo que dos cursos que já participei neste ano, este foi o que mais agregou conhecimento porque vivemos em um mundo de mudanças. Com a rotina corrida dentro da indústria, não temos o tempo de estar continuamente nos atualizando e acompanhando todas as alterações que ocorrem na legislação trabalhista. As fiscalizações constantes que sofremos somadas à legislação tornam essa tarefa árdua. Por isso, fechei o setor e viemos todos. O consultor tem muito conhecimento e tornou a compreensão do tema mais fácil e vai ajudar muito na nossa prevenção”, avaliou Mirna.
A capacitação é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria, por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Na cidade, ela foi ofertada gratuitamente pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com o Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da Região Sul de Mato Grosso (Sindimec-Sul/MT), Sindicato das Indústrias da Construção da Região Sul de Mato Grosso (Sinduscon-Sul/MT) e o Sindicato das Indústrias da Alimentação de Rondonópolis e Região Sul (Siar-Sul/MT).
Para o contador e gerente financeiro, Sérgio Carrasqueira, a estruturação metodológica do curso contribuiu com a boa produtividade dos participantes. “Há duas formas de trabalhar este tema em um curso, um mais prático voltado aos cálculos e outro mais teórico. E este atendeu a nossa necessidade porque proporcionou o acesso às informações que, em muitos casos, são desconhecidas até mesmo por quem atua na área. Esse formato nos dá mais proteção e amparo para resguardar o patrimônio da empresa em relação às ações trabalhistas”, analisou Carrasqueira.
De acordo com a consultora organizacional, Michelli Moriggi, a volatilidade das normas exige com que as empresas estejam em constante atualização. “Foi um curso muito bom porque ele nos mostrou como é a jurisprudência na prática, como os passivos são analisados pelos advogados e magistrados, citou várias súmulas e o que devemos estar atentos para que as empresas estejam prevenidas. É importante o empresário consultar sempre o jurídico da empresa e não apenas o contador, são questões pontuais desconhecidas por muitos e que levam a sérias complicações. Ter participado desta oportunidade foi de grande valia”, disse.
Segundo o consultor da CNI, André de Araújo, a necessidade de aprimorar os regulamentos, contratos e códigos de condutas das empresas, modernizar a gestão de pessoas, observar a legislação e de se transformar os problemas comuns em coletivos foram os principais pontos tratados. “Tivemos uma boa participação de empresários, diretores das empresas, além de profissionais de Recursos Humanos e executivos de sindicatos patronais. Então, essa mescla propiciou uma boa troca de experiências, informações e incentivou uma ativa participação. Isso tornou o curso muito mais produtivo”, finalizou Araújo.