Uma das palestras que mais atraiu público foi "Franquia: vantagens e desvantagens”, ministrada por Carlos Raimundo, consultor e analista da Unidade de Desenvolvimento Empresarial do Sebrae MT na Feira do Empreendedor MT 2015. Durante três dias do evento, cerca de 200 pessoas assistiram a esta palestra.
Carlos Raimundo explicou: franquia é um sistema de distribuição de produto, tecnologia e ou serviços, onde o franqueador concede ao franqueado o direito de explorar o seu conceito, processos e marca em troca de uma contraprestação financeira (royalty).
"Para se tornar franquia, uma marca tem que ser excelente, se não for, não merece ser franqueada a outros empresários”, afirmou o palestrante. "E só compensa, se o que o franqueado pagar royalties (10%) e tiver uma sobra razoável ”, complementou.
O sistema de franquia cresceu muito no Brasil, nos últimos anos. É realmente uma opção muito boa para empreender, segundo Carlos Raimundo. Aumentou 7,7% em 2014, ou seja, cresceu mais do que a economia nacional (2,2%), no mesmo ano.
Em 2014, as franquias estavam divididas da seguinte forma no país: 21% serviços; 20% alimentação; 18,3% esportes, saúde, beleza e lazer: 7,6% vestuário.
As grandes redes descobriram o interior do país e reduziram sua presença nas capitais, entre 2013 e 2014. Elas estão cada vez mais presentes em cidades médias nas diversas regiões brasileiras. Esta é uma tendência importante de ser observada. Grandes marcas estão investindo em franqueados em lojas de rua. No ano passado, seriam inaugurados 43 shopping centers no país, mas no final foram abertos 24.
Cuidados
A empresa franqueadora, detentora da marca, do conceito, processos, tecnologia, etc, pode ser considerada a ‘empresa-mãe’. E como toda boa mãe, deve cuidar da evolução de seus filhos (empresas franqueadas). O sistema de franquia pode ser um bom investimento para empreendedores, desde que a empresa-mãe realmente dê assistência ao franqueado em todas as etapas do negócio: montagem, gestão, solução de dificuldades, aprimoramento, publicidade, entre outras. Analise bem o plano de negócio da franqueadora, antes de tudo, avisou Carlos Raimundo.
Tenha cuidado com negócios comuns com nomes diferentes. Por que investir em uma franquia assim? O empreendedor deve analisar os riscos. Há negócios interessantes com riscos baixíssimos no mercado. "É bom ter cuidado, porque há negócios que não têm nada diferente, é barato, mas não te entrega nada. O barato sai caro, depois de seis meses.
É preciso analisar bem, se a empresa é confiável. Olhe os balanços da empresa-mãe”, sugeriu. A Lei da Franquia foi modificada, recentemente, depois de algumas ocorrências negativas nesse setor. A legislação obriga que a marca seja testada, antes de se tornar franquia.
‘Boa mãe’
"A ‘boa mãe’ tem que ter bons manuais, capacitação, gestão, processos, etc. Caso contrário, se ela tiver ‘uma dor de barriga’, o franqueado também terá”, comparou o palestrante. Um bom software ligado à empresa-mãe para acompanhar o que está acontecendo com o franqueado, é bastante desejável, exemplificou.
Antes de investir em uma franquia é imprescindível que o empreendedor consulte a marca no site da Associação Brasileira de Franchise (www.abf.com.br ). Pesquise o setor em que ela atua, busque o máximo de informações possível, antes de decidir, se vai investir.
Oportunidades
"Libertem-se do modelo mental de vender coisas e pensem em serviços”, sugeriu. No site do Sebrae, há muita informação e sugestões na área ‘Ideias de negócios’ (www.sebrae.com.br), que pode ajudar o interessado, acrescentou. Em termos de microfranquias, há dois tipos no mercado: até R$ 50 mil e também negócios compactos, que podem ser bem interessantes.
O consultor alertou que empreendedores devem, antes de investir em uma franquia, verificar a história da marca, conversar com outros franqueados, analisar balanços da empresa-mãe, se ela testou a ideia e o negócio, antes de se tornar franquia. "Marcas mais consolidadas ou antigas são mais confiáveis”, sugeriu.
Às vezes é melhor investir em uma franquia de R$ 1 milhão, pois pode ser mais segura e sair mais barata do que uma com valor reduzido, mas que não dará tanto suporte e segurança de retorno, segundo Carlos Raimundo.
Quiosques
A evolução dos quiosques como alternativa para empreendedores também ganhou força, nos últimos anos. "Os números demonstram que investir em quiosque pode ser mais vantajoso do que em uma loja. Loja dá mais status, mas quiosque, pelo fato de ter custos reduzidos, também vende muito e pode apresentar melhores resultados do que lojas”, alertou.
De 2013 para 2014, os quiosques faturaram mais de R$ 200 bilhões o Brasil, informou. "O pessoal acordou para os quiosques”, resumiu.
*A Feira do Empreendedor de Cuiabá é uma realização do Sebrae e do Governo do Estado de Mato Grosso, com patrocínio do Banco do Brasil,Senar, Caixa Econômica Federal, Sicredi e Sicoob. Apoio: Água Puríssima, Mika, Dolce Aroma. Parceria: Banco da Amazônia, Facmat, Fecomércio,Fiemt, UFMT, Fatec/Senai.