Entre os dias 24 e 26, o SENAI Maracanã recebeu mais de 180 apaixonados por games para uma maratona de 48h de desenvolvimento de games: a Global Game Jam, que aconteceu simultaneamente em 485 locais espalhados por 73 países. Entre os gamemaníacos, estavam alunos do SENAI do curso técnico de Programação de Jogos Digitais.
Considerada a maior maratona da categoria, a GGJ quer estimular a criatividade e ainda aprimorar o trabalho do programador, profissional que está em alta no mercado: o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, do Sistema FIRJAN, aponta a cadeia de Software, Computação e Telecom como uma das mais promissoras do núcleo criativo. Ela engloba 176 mil empresas no País e é o segmento com maior número de estabelecimentos (56 mil). São mais de 364 mil profissionais na cadeia, dentre os quais 97 mil estão neste núcleo.
Pedro Thiers, 25 anos, é um apaixonado pela área e já se sustenta como game designer trabalhando numa empresa de Niterói. Ele confirma que o mercado brasileiro está crescendo. “No Brasil, omercado está muito mais forte agora, principalmente no desenvolvimento dos advergames, que são aqueles que remetem a alguma marca ou ao fortalecimento dela. Mas também temos cases interessantes de empresas que fizeram sucessos com games autorais”, explica.
Pedro Thiers acredita no crescimento do mercado de games no Brasil / Foto: Fabio Duarte
Além de trabalhar na área, Thiers possui um grupo chamado “Double Dash Studio”, que trabalha no desenvolvimento de novos games nas horas vagas. Em 2013, eles participaram da Global Game Jam no SENAI Maracanã e criaram o “Super Stella”, que depois foi aprimorado e acabou premiado num festival de jogos independentes. “O melhor era perceber que as pessoas estavam gostando de jogar aquilo que nós criamos”, comenta. Na GGJ 2014, a expectativa é repetir o sucesso da última edição.
Thassiel de Melo tem apenas 18 anos, mas já sabe em qual área quer se profissionalizar, por isso mesmo resolveu participar da Global Game Jam. Ele é aluno do curso Técnico do SENAI de Programação de Jogos Digitais e pretende se especializar em animação de games. “O mercado está se abrindo, tanto que o SENAI percebeu isso e resolveu implantar esse curso. Seremos a primeira turma a se formar,acredito que teremos boas oportunidades de trabalho”, disse. O jovem também faz outros cursos do SENAI ligados à Indústria Criativa.
A experiência de Clara Celestino, 19 anos, com os games começou cedo, e as recompensas também. “Jogo há bastante tempo e sempre me interessei por programação, então resolvi fazer o curso do SENAI para me aperfeiçoar”. Clara é da mesma turma que Thassiel e se forma em março deste ano. Questionada se um game pode contribuir na educação, ela não teve dúvidas: “Games e educação tem tudo para dar certo. Eu mesma sou um exemplo, muito do que sei de inglês, hoje, foi porque aprendi jogando”, conta.
Lucas de Almeida, também da turma de Programação de Jogos Digitais, conta que resolveu fazer o curso pela curiosidade em saber como funcionavam os games que marcaram sua infância. Amante de “Super Mário”, Lucas deseja trabalha na área de modelagem 3D e fazer faculdade em ciência da computação. Seu objetivo é se especializar em jogos digitais e abrir sua própria empresa de desenvolvimento de games para educação. O futuro programador faz parte também de um projeto que simula a prática e a teoria de disciplinas como matemática, física e química na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Os participantes da Global Game Jam desenvolveram games baseados no tema "We don't see things as they are, we see them as we are" ("Nós não vamos as coisas como elas são, nós as vemos como somos", em tradução livre). Ao final, os games serão disponibilizados no site do evento, para livre acesso.Os interessados podem visitar o local da maratona das 9h às 16h, no sábado e no domingo (dias 25 e 26, respectivamente). O SENAI Maracanã fica na Rua São Francisco Xavier, n° 417.
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