No segundo trimestre de 2019, o setor industrial brasiliense cresceu 0,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, recuperando a queda de 0,6% registrada no primeiro trimestre. Os dados são do Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF), calculado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) desde 2012. O índice mede o desempenho da atividade econômica local a curto prazo, com o objetivo de orientar a tomada de decisão dos agentes públicos e do setor privado.
A economia local segue em trajetória ascendente desde o segundo trimestre do ano passado, em um processo de recuperação consistente, mas lento. No segundo trimestre deste ano, a expansão da atividade econômica foi de 1,7% em relação a 2018, reflexo do desempenho positivo de todos os setores que compõem o Idecon-DF: indústria (+ 0,9%), agropecuária (+ 2,8%) e serviços (+ 1,8%).
Tanto a indústria da transformação (+ 0,8%) como a da construção civil (+ 0,1%) contribuíram para o crescimento do setor industrial. A segunda, apesar do percentual mais baixo, tem maior peso, uma vez que a construção civil representa 58,8% do produto interno bruto (PIB) industrial de Brasília. Desde o segundo trimestre de 2013 esse setor não registrava variação positiva.
Os resultados convergem com os indicadores da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), que mostraram que a retração no setor está cessando, especialmente em razão do aumento da atividade da construção civil. Pequenas obras de infraestrutura realizadas pelo governo local e o lançamento de empreendimentos imobiliários movimentaram o setor.
Diante do elevado desemprego (19%, segundo a Pesquisa Emprego e Desemprego no DF, da Codeplan) e da baixa capacidade de investimentos da administração pública, é fundamental o estímulo aos outros segmentos industriais para que se diversifique a atividade econômica da cidade e se diminua a dependência do setor público. A indústria responde por apenas 4,7% da estrutura produtiva do DF.
A economia local é altamente concentrada no setor público, que responde por quase 50% de toda a riqueza gerada na capital. Isso afeta negativamente a demanda em momentos de restrições orçamentárias e limita as possibilidades de emprego da população. Veja os dados socioeconômicos da indústria do DF.