O estudo da
Confederação Nacional da Indústria, “Indústria 4.0 e Digitalização da Economia”
estima que, caso o Brasil mantenha a taxa média de crescimento do Produto
Interno Bruto registrada na última década (1,6%), levará mais de meio século
para alcançar o PIB per capita dos países desenvolvidos.
Para reduzir esse
prazo, a entidade calcula a necessidade de, no mínimo, dobrar o PIB brasileiro
nos próximos anos e, para que isso aconteça, é preciso ampliar – ou, pelo
menos, não reduzir – o potencial de expansão da indústria.
“A indústria tem o
poder de estimular outros setores, além de ser um dos principais agentes da
inovação tecnológica”, diz o estudo.
A solução passa
indiscutivelmente pelo avanço da Indústria 4.0.
Também chamada de
Manufatura Avançada, Indústria do Futuro e Fábrica Inteligente, a Indústria 4.0
se caracteriza pela integração dos processos de produção com o ambiente
virtual, por meio de modernas tecnologias, como:
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Comunicação
Máquina-Máquina
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Big
Data
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Internet
das Coisas
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Inteligência
Artificial
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Armazenamento
em Nuvem
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Robótica
Avançada
-->-->-->-->·
-->-->-->-->Entre
outras
“O desenvolvimento
da Indústria 4.0 tem sido fundamental nas estratégias de empresas líderes e na
política industrial das principais economias desenvolvidas. A incorporação de
tecnologias digitais é essencial para o aumento da produtividade e,
consequentemente, para o crescimento do País”, alerta a CNI.
Tendo em vista que
o desenvolvimento da Indústria 4.0 está no centro das estratégias de política
industrial dos países desenvolvidos e da necessidade do Brasil em agilizar esse
processo para diminuir o gap de competitividade no mercado internacional, o
estudo, que integra um conjunto de documentos entregues pela CNI aos candidatos
à presidência da República, faz algumas recomendações.
Entre elas:
priorizar políticas de difusão e indução à adoção de novas tecnologias,
disponibilizar mecanismos específicos para promover o desenvolvimento
tecnológico, ampliar e melhorar a infraestrutura de telecomunicação (em
especial a banda larga), aperfeiçoar os aspectos regulatórios que afetam o
desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil, facilitar a articulação entre os
órgãos públicos responsáveis pelas políticas ligadas à Indústria 4.0 entre si e
também com o meio empresarial.
Em que pese a
urgência dessas medidas e muitas outras que têm por finalidade destravar o
avanço da Indústria 4.0 no Brasil, é vital ressaltar que a iniciativa privada
vem fazendo sua parte para “democratizar” o acesso à grande parte da tecnologia
necessária. Quem visitou a última edição da Feimec (Feira Internacional de
Máquinas e Equipamentos), em abril, pôde constatar o quanto a evolução das
plantas fabris para os conceitos da Indústria 4.0 é viável.
O Demonstrador de
Manufatura Avançada em operação naquela feira foi desenvolvido pela ABIMAQ e um
notável grupo de parceiros (públicos e privados) em apenas três meses, com
equipamentos e sistemas disponíveis no Brasil e acessíveis a todos os
segmentos.
A Robótica
Avançada é uma das principais tecnologias da Indústria 4.0.
Os robôs
colaborativos tiveram forte presença não só no Demonstrador, mas também nos
estandes de diversos fabricantes. Diferente dos modelos convencionais, que
precisavam fazer uma única ação repetidas vezes, na Robótica Avançada os robôs
são programados para executar diferentes tarefas simultaneamente.
Mais seguros e
versáteis, eles desempenham funções no mesmo ambiente e até interagindo com os
profissionais em diferentes áreas da indústria, sem necessidade de isolamento
por cercas e proteções.
Grande parte dos
fabricantes que estiveram na FEIMEC participa no próximo ano da EXPOMAFE, em
maio, no São Paulo Expo, que tem a Automação Industrial entre seus focos
principais (juntamente com as máquinas-ferramenta).
Mais uma vez, o
que se espera é uma exposição da mais alta tecnologia, num ambiente propício à
negociação com grandes marcas nacionais e internacionais.
Há um longo e
árduo caminho para o nosso País percorrer na corrida dos mercados mundiais e o
novo governo, seja qual for, precisa estar sensível às demandas por uma
política de desenvolvimento industrial que ajude a diminuir nossa desvantagem.
Autor SINDIPEDREIRAS