A entidade participou de projetos que promovem a reciclagem, a coleta seletiva, a rastreabilidade dos resíduos plásticos e a economia circular
Em 2023, a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) passou por uma fase de análise e avaliação. O ano apresentou desafios significativos para a indústria brasileira, especialmente no setor plástico, o que impactou as operações de importação e exportação, resultando em uma redução nas projeções de crescimento econômico.
“Mesmo com a demanda menos robusta, empreendedores e profissionais persistiram em colaborar com o governo para impulsionar o crescimento do setor, reconhecendo-o como um dos principais motores da economia brasileira”, comenta José Ricardo Roriz, presidente do Conselho da Associação.
Iniciativas em benefício da cadeia produtiva do plástico e da economia circular
Entre as ações que foram destaque em 2023, a ABIPLAST avançou no desenvolvimento do Recircula Brasil, em parceria com a ABDI, que promove a rastreabilidade dos resíduos plásticos e comprova inserção de conteúdo reciclado nos produtos. Recentemente, a ferramenta foi apresentada na 28ª Conferência das Partes (COP28) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Dubai, demonstrando que o recurso proporciona transparência, compliance, segurança jurídica e impulsiona a maturidade digital de toda a cadeia de valor.
Na esfera da Rede Pela Circularidade do Plástico e dos avanços em direção à economia circular, destaca-se, também, o projeto CIRCULAFLEX, que vem desenvolvendo alternativas tecnológicas e o estímulo à cadeia para a reciclagem de embalagens flexíveis multicamadas. Além disso, a ferramenta RETORNA desempenha uma função crucial ao auxiliar as empresas produtoras de embalagens na criação de opções mais recicláveis.
Já o Movimento Plástico Transforma, idealizado pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), obteve reconhecimento ao longo do ano, especialmente por suas iniciativas na Corrida Internacional de São Silvestre e em ações no Museu Catavento em São Paulo – SP, com a exposição “Economia Circular do Plástico”, impactando milhares de pessoas acerca da importância da destinação correta dos resíduos e da Economia Circular .
Seguindo nessa direção, o programa Isopor® Amigo, com três anos de atuação, realizou a coleta de aproximadamente 4.519,767 kg de EPS, dos quais 4.333.928 kg foram direcionados para reciclagem, alcançando uma taxa de aproveitamento de 95,89% do material coletado. Atualmente, o programa envolve 27 empresas, conta com 10 parceiras e recebe apoio de outras 10.
Além disso, o projeto Descarta Aí, oferece atualmente nove pontos de entrega voluntária (PEVs), distribuídos entre seis em São Paulo (SP) e três em Fortaleza (CE), para proporcionar a logística reversa e a reciclagem dos baldes plásticos pós-consumo da construção civil. É fruto da parceria entre a ABIPLAST e a COFABI (Câmara Setorial dos Fabricantes de Baldes Industriais, pertencente a ABIPLAST).
Outro destaque na área de sustentabilidade foi o Programa Pellet Zero (PPZ), iniciativa adaptada da Operation Clean Sweep® que tem o objetivo de conter a poluição causada por pellets e outras formas de resina, evitando a contaminação dos corpos d’água e do oceano. Recentemente, a Associação concedeu a duas empresas associadas a Certificação OCS Blue® consistindo no nível mais alto da certificação.
E o SENAPLAS, selo que identifica e valoriza as empresas recicladoras que trabalham dentro dos critérios sociais, ambientais e econômicos exigidos por lei, conta com 39 empresas certificadas SENAPLAS Empresa e 03 empresas com certificação SENAPLAS Produto.
Protagonismo e liderança no setor
Como protagonistas no debate pela sustentabilidade e busca de soluções colaborativas para promover a circularidade dos materiais, a Associação esteve ativa na liderança da Aliança Nacional pela Gestão, Recuperação e Reciclagem de Embalagens e pela Circularidade dos Resíduos (AGIR), uma coalizão composta por mais de 40 organizações ligadas à Logística Reversa.
A ABIPLAST também participou como observadora da segunda e da terceira Sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-2 e INC-3), que aconteceu em Paris, na França, e em Nairóbi, no Quênia, respectivamente, para dar continuidade às discussões internacionais sobre o Tratado Global de Poluição Plástica. Além disso, também participou das mobilizações nacionais relacionadas ao Tratado junto ao poder público.
O presidente da Associação enfatiza que a indústria concentrou esforços na desmistificação dos discursos “anti-plástico” e de banimento, mesmo com o respaldo ao Projeto de Lei 2524/2022, que preconiza a proibição do uso de plástico no Brasil. Os representantes do setor advogam pela reformulação do referido projeto, argumentando que ele não contempla adequadamente os impactos econômicos associados à eliminação de uma diversidade de itens. Houve também uma movimentação junto aos parlamentares nos Projetos de Lei de Incentivo à Reciclagem e ao Grupo de Trabalho no Sistema Tributário Nacional, da PEC 45/2019.
Roriz destaca que a ABIPLAST apoiou o incremento da competitividade do mercado e o acesso a matérias-primas a preços mais competitivos, ao avanço das normas e regulamentações do setor, à participação no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e à representação na Comissão Nacional de Incentivo à Reciclagem (CNIR), que foi criada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com o objetivo de promover incentivos específicos para a cadeia produtiva de reciclagem no país.
Expectativas para 2024
Para o ano de 2024, a instituição almeja que o governo elabore e implemente uma política industrial adequada ao contexto, com a efetiva execução da agenda de “neoindustrialização” em curto prazo com foco na inovação, no desenvolvimento tecnológico e na economia verde, com foco em realçar a importância de uma transição para a economia circular.
Diante disso, é importante reiterar o compromisso com as iniciativas e projetos destinados a impulsionar a competitividade e o desenvolvimento, além da consolidação do processo de profissionalização da entidade, que teve início com a atualização da governança e compliance.
Uma das novidades anunciadas este ano foi a parceria, junto a ABIMAQ, para a Feira Plástico Brasil em 2025. “A retomada da Feira Plástico Brasil, em colaboração com a ABIMAQ/SINDIMAQ, visa fortalecer o setor e reduzir custos para as empresas. Este é um momento propício para mudanças, e estamos prontos para continuar impulsionando melhorias em nosso setor. Temos um trabalho significativo pela frente, e estou animado para manter a relevância da ABIPLAST na interlocução de políticas públicas“, conclui Roriz.
Sobre a ABIPLAST
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa o setor de transformados plásticos e reciclagem desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. Há anos, a concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a atual realidade que se delineia, avançando em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente cerca de 12,6 mil empresas que empregam cerca de 360 mil pessoas.