A produtividade industrial caiu no Brasil pelo terceiro trimestre consecutivo, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção encolheu 1,6% entre abril e junho, na comparação com o primeiro trimestre do ano.
De acordo com a pesquisa denominada “Produtividade na Indústria”, o índice se encontra em patamar próximo ao do segundo trimestre de 2020, quando começou a crise decorrente da pandemia de covid-19 e seu comportamento recente sinaliza uma tendência negativa.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explicou que a produtividade resulta da combinação da redução de 3,8% da produção da indústria de transformação e da queda de 2,3% das horas trabalhadas na produção. Essas reduções refletem as incertezas geradas pela pandemia, as dificuldades decorrentes da escassez e da alta do preço dos insumos e a redução de consumo.
“Esse indicador reflete um esgotamento dos investimentos feitos — e o ambiente de incerteza para quem investe. Com diversos fatores em contração não surpreende esse comportamento da produtividade”, afirmou Azevedo.
De acordo com a CNI a queda acumulada por três trimestres consecutivos tem sido afetada mais por fatores conjunturais. “O desafio é que não há crescimento sustentável sem a elevação da produtividade, e a produtividade só poderá aumentar com mais investimento em inovação, gestão e capacitação”, diz a CNI.
“No passado, em momentos de aceleração da economia brasileira, esbarramos em alguns entraves, um deles a falta de trabalhador qualificado, que limitou o crescimento. O investimento na educação e qualificação é fundamental para que essa história não se repita quando a economia brasileira finalmente superar a pandemia e iniciar um novo ciclo de expansão”, disse Azevedo.
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