Luiz Afonso Delgado Assad - Presidente da Associação Brasiliense de Construtores
Especialistas e estudiosos do mundo todo apontam a atual crise econômica, causada pela pandemia, como a mais impactante e sem precedentes na história recente da humanidade. Um vírus que paralisou o mundo, desempregou milhares de pessoas, fechou negócios, faliu empresas e veem desafiando governos na complicada gestão econômica de seus países.
As principais bolsas de valores do mundo operam com quedas acentuadas – a Dow Jones, cerca de 23%, e as da Europa, uma média de 30%. Segundo a Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o mundo deverá sofrer uma perda de US$ 2 trilhões em função da paralisia econômica provocada por esse inimigo invisível.
Nenhum setor ficou isento das consequências da crise, porém, o que se pode ver mundialmente, foi que o setor da Construção Civil, mais uma vez, foi o alicerce da economia, os braços fortes que seguraram, e seguram, todo um sistema prestes a desmoronar. Somos a promessa de ajuda e alavanque da economia pós pandemia. Mas para isso, precisamos nos unir, para sermos escutados e atendidos em nossas solicitações.
Ah tempos, travamos uma queda de braço sobre licitações eletrônicas, aumento descontrolado dos preços dos insumos, reajustamento, reequilíbrio, segurança jurídica, dentre outros temas. Estamos sempre cumprindo portarias, decretos, novas leis, que cada vez mais veem nos engessando e todas as sugestões para agilizar processos ou desburocratizar sistemas ficam aguardando esperançosamente em gabinetes e repartições.
Precisamos lembrar que a pandemia bateu tão fortemente em nosso setor como em qualquer outro, viemos de um cenário difícil, o Brasil, no decorrer dos últimos anos, passou por uma crescente crise econômica, que afetou vários setores, principalmente o da Construção Civil. Em 2019, o panorama do nosso setor começou a apresentar mudanças e uma melhora nos números. Por isso, a perspectiva para 2020 era promissora, com a previsão de crescimento do PIB a 2,2%, a taxa de juros básicos do ano em 5%, além da inflação permanecer estável em 4%. Mas com a chegada do novo coronavírus, em que as obras, em alguns Estados, precisaram ficar paradas, mesmo que por pouco tempo, o setor sentiu as consequências desta pausa. No Distrito Federal essa pausa não ocorreu, contudo, sofremos com a disparada dos preços dos insumos.
Esperança para 2021
O que esperar para este ano? Sempre pontuo que somos a grande engrenagem que faz a economia girar e a pandemia enfatizou essa prefacia. Durante a Covid, construímos e reformamos hospitais, UPA’S, clínicas e escolas, além das manutenções de todos os tipos e recuperação vias.
Depois anos de retração, a construção civil deverá ter, em 2021, o maior crescimento para o setor em oito anos. Os dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), demonstram que o Produto Interno Bruto (PIB) do nosso segmento deve avançar 4% em 2021, depois de recuar 2,8% em 2020, a maior expansão para a construção civil desde 2013, quando o setor tinha crescido 4,5%.
O setor deverá ter desempenho melhor que o restante da economia do país. Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o PIB brasileiro de 2021 crescerá 3,2%. Só precisamos ficar em alerta em relação ao encarecimento de matérias primas e o desabastecimento de alguns insumos, que podem prejudicar essa recuperação do setor.
A CBIC chegou a prever encolhimento de até 11% no PIB do setor, porém conseguimos chegar ao fim do ano de 2020 com projeção de recuo de 2,8% e criação de 138,4 mil novos postos de trabalho em 11 Estados e no Distrito Federal, de janeiro a outubro, isto representa a força do setor.
A Asbraco vem desempenhando um importante papel frente aos seus associados e setor construtivo de Brasília, apresentando ao Governo do Distrito Federal, sugestões de medidas, execução de projetos, firmando parcerias e promovendo diálogos que possam solucionar os principais entraves do setor. Buscando linhas de crédito junto ao BRB, negociações de dívidas, facilidade de pagamentos e impostos. Firmando parcerias com o Sebrae, FIBRA, CBIC, SECONCI, Clube de Engenharia, CREA-DF, Confea-DF, Mútua, dentro outros, visando elucidação sobre seguro desemprego, contratações de especialistas, segurança jurídica, seguro garantia e etc., tudo para apoiar a Construção Civil.
Luiz Afonso Delgado Assad
Presidente da ASBRACO
Fonte Site da Associação Brasiliense de Construtores