Os preços do aço no Brasil ainda estão defasados em relação aos níveis do ano passado e aos praticados no mercado internacional, afirmou nesta quarta-feira (28) o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck.
O executivo afirmou durante teleconferência com jornalistas que a indústria siderúrgica nacional está se aproveitando da retomada da demanda para aumentar sequencialmente seus preços, afirmando que os valores praticados no Brasil atualmente estão abaixo do nível internacional.
"O prêmio continua negativo, o que mostra que os preços de 2020 estão abaixo dos preços do mercado internacional", disse o executivo sem dar detalhes. "O preço do aço em 2020 ainda não retomou o nível de 2019. Na Gerdau, continuamos com preços defasados enquanto sofremos aumento de insumos e matéria-primas", disse Werneck ao ser questionado sobre a possibilidade de novos reajustes nos próximos meses.
Em meados do mês, executivos da rival CSN afirmaram que a companhia vai aumentar em 10% seus preços de aços planos e longos em novembro no Brasil após reajustes para setores como distribuidores de cerca de 40% de janeiro a agosto.
Werneck disse ainda que a companhia segue confiante sobre a retomada da demanda por aços longos no Brasil. Segundo ele, isso é resultado da atividade intensa na construção civil residencial e também por compras no varejo motivadas por reformas, por exemplo, além de alguns projetos de infraestrutura.
"Já vemos retomada de obras importantes em metrôs de São Paulo e Fortaleza e vemos com otimismo o novo marco legal do saneamento", disse o executivo.
A empresa divulgou mais cedo resultado acima do esperado para o terceiro trimestre, impulsionada pelo desempenho no Brasil e na América do Sul, além de recuperação no mercado americano. As ações, porém, recuavam 5,7%, em meio a um mau humor generalizado no mercado relacionado a preocupações com o avanço de novos casos de Covid-19 no mundo, além das incertezas antes da eleição nos Estados Unidos.
Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/10/preco-de-aco-no-brasil-segue-defasado-ante-mercado-internacional-diz-gerdau.shtml