O estado de Mato Grosso, maior produtor nacional de soja e de milho, foi alçado à primeira posição no ranking de valor da produção total, com 16,2% da participação nacional, à frente de São Paulo, destaque na produção de cana-de-açúcar, aponta a pesquisa Produção Agrícola Municipal 2019 (PAM), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Leia mais:Empresário entra com ação contra sócios da Economy Brasil que o excluíram de grupo O estudo é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, bem como para a comunidade acadêmica e o público em geral. A PAM mensura as variáveis fundamentais que caracterizam informações sobre 64 produtos em todo o país.
Segundo a pesquisa, o valor de produção de Mato Grosso foi de R$ 58,3 bilhões, uma alta de 16,3% em relação ao ano anterior. A região Centro-Oeste alcançou o maior valor de produção, 107,9 bilhões de reais, 12,5% superior ao ano anterior, sendo a soja a principal lavoura, seguida do milho e da cana-de-açúcar. Já o valor da produção brasileira subiu 5,1% no ano passado e chegou ao recorde de R$ 361 bilhões.
Considerando a área colhida, com 16,6 milhões de hectares (alta de 7,2%), Mato Grosso tem uma participação de 20,6% no total nacional. Paraná aparece em segundo lugar e Rio Grande do Sul em terceiro.
Dentre os 50 municípios com os maiores valores de produção agrícola do Brasil, 22 deles ficam em Mato Grosso. O valor de produção alcançado nestas 22 cidades totalizou R$ 37,1 bilhões. Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul, com seis municípios cada, aparecem na sequência.
O maior valor de produção agrícola dentre os municípios brasileiros foi registrado em Sorriso, que sozinho respondeu por 1,1% do valor de produção gerado no país. Em 2019, foram R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 19,7% no ano, retomando a posição perdida em 2018 para São Desidério (BA).
Com importante participação na produção de grãos, Sorriso destacou-se como maior produtor nacional de milho e de soja. Em 2019, o município teve uma produção de 3,1 milhões de toneladas de milho, o que representou um acréscimo de 11,4% no volume, e uma retração de 4,0% na produção de soja (2,1 milhões toneladas).
Destaque também para a produção de algodão herbáceo (179 mil toneladas), onde Sorriso aparece com o 10º maior volume produzido entre os municípios do Brasil. A produção de feijão (74,7 mil toneladas) e arroz (19,4 mil toneladas), que também apresentaram crescimento no ano, fecham a lista de produtos agrícolas de maior valor gerado no município.
Sapezal apresentou o segundo maior valor agrícola do país, totalizando R$ 3,3 bilhões, alta de 1,1% em relação ao gerado em 2018. Neste município, foram encontrados seis produtos pela pesquisa, sendo eles, em ordem decrescente de valor de produção: algodão herbáceo, soja, milho, feijão, arroz e girassol. A produção de algodão (em caroço) totalizou 894,8 mil toneladas, acréscimo de 18,2%, gerando um valor de produção de R$ 1,9 milhão. Este volume fez com que o município se destacasse como o maior produtor de algodão do país, com participação de 13% do total nacional.
Segundo a pesquisa, a produção de soja de Sapezal, mesmo com queda de 3,4%, atingiu 1,2 milhão de toneladas, e colocou o município na 9º posição nacional em geração de valor de produção da oleaginosa, com R$ 1,2 bilhão. Já a produção de milho apresentou uma retração de 39,3%, totalizando 753 mil toneladas.
Os estados de Mato Grosso e da Bahia continuaram preponderantes na produção de algodão herbáceo (em caroço). Juntos, eles foram responsáveis por 90,0% desse cultivo: Mato Grosso gerou 4,7 milhões de toneladas, com alta de 44,9%, enquanto a Bahia totalizou 1,5 milhão de toneladas, com crescimento de 17,7%.
De acordo com a PAM 2019, Mato Grosso seguiu em primeiro lugar na produção de milho, com 31,5 milhões de toneladas, das quais 99,1% colhidas durante a 2ª safra. O valor da produção mato-grossense foi de R$ 11,8 bilhões, com alta de 28,4%. O estado do Paraná figurou em segundo lugar, com 16,5 milhões de toneladas e valor da produção de R$ 8,1 bilhões, com aumento de 28,9%. O terceiro lugar ficou por conta de Goiás, com 11,9 milhões de toneladas e valor da produção de R$ 5,6 bilhões, com alta de 34,9%.
Todos os 20 maiores municípios produtores de milho do país encontram-se na região Centro-Oeste: Sorriso, em Mato Grosso, registrou o maior volume dessa cultura no país, com 3,1 milhões de toneladas; Rio Verde, em Goiás, ascendeu à posição de segundo maior produtor, com 2,3 milhões de toneladas; e Nova Ubiratã, em Mato Grosso, ocupou a terceira posição no ranking, ao obter 1,8 milhão de toneladas.
Novo recorde O recorde de R$ 361,0 bilhões do valor da produção da safra 2019 foi puxado pelos aumentos na produção de três importantes commodities brasileiras: o milho (22,8%), que ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 milhões de toneladas (101,1 milhões de toneladas); o algodão herbáceo (39,1%), que atingiu recorde de produção de 6,9 milhões de toneladas, e a cana-de-açúcar (0,8%), um dos principais produtos agrícolas nacionais e que apresentou recuperação frente ao ano anterior.
Merece destaque o algodão herbáceo (em caroço), que registrou o terceiro ano consecutivo de crescimento da cultura. O produto renovou o recorde alcançado no ano anterior e atingiu a marca de 6,9 milhões de toneladas no volume de produção (alta de 39,1%) e valor de produção de R$ 16,0 bilhões (alta de 24,8%).
Já a soja, principal commodity agrícola produzida no País, mesmo evidenciando expansão de 3,2% na área colhida, apresentou retração (-3,1%) no volume produzido em 2019, em virtude de fatores climáticos adversos em algumas importantes regiões produtoras.