Socorro às empresas por meio de capital de giro e recursos para investimentos já somam próximo de R$ 5 milhões
Cerca de 40 operações de crédito aprovadas, que somam um montante próximo de R$ 5 milhões para capital de giro e investimentos, é o saldo do esforço que a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio do Núcleo de Apoio ao Crédito (NAC), vem empreendendo para apoiar os empresários industriais baianos neste período de pandemia.
A liberação de crédito como forma de manter as atividades econômicas foi uma das ações adotadas pelo Governo Federal. De acordo com Ana Paula Almeida, responsável pelo Núcleo de Apoio ao Crédito (NAC/FIEB), as medidas incluíram a redução das exigências bancárias, a criação de linhas de financiamento emergenciais, fundos garantidores, entre outros. Isso permitiu ampliar o acesso ao crédito para micro, pequenas e médias empresas.
Ana Paula Almeida explica que, atualmente, o principal parceiro da indústria é o Banco do Nordeste, que concentra a maior parte das operações, com o FNE Emergencial, que tem taxa de 2,5% ao ano, seis meses de carência, limitados a R$ 100 mil para giro e R$ 200 mil para investimentos.
Outra linha de crédito a que os empresários industriais baianos podem recorrer é o Pronampe, que prevê taxa Selic + 1,25% ao ano e oito meses de carência. Foram destinados R$ 16 bilhões para o programa, que teve a adesão da Caixa, Banco do Brasil e Itaú. De acordo com Ana Paula, os recursos estão acabando muito rápido e a expectativa é a adesão de novos bancos para que as operações possam ser retomadas.
PARCERIA
A FIEB mantém parceria com a Desenbahia e conta também com o apoio dos Sindicatos da Indústria para auxiliar as empresas associadas no processo de captação de crédito. “Muito gratificante poder contribuir com as indústrias associadas à FIEB no processo de captação de recursos nesse período de pandemia. Para conseguimos apoiar a efetivação de cerca de 40 operações de crédito, contamos também com a parceria das entidades financeiras e dos sindicatos”, acrescenta.
Dentre estas operações que obtiveram êxito, duas delas foram indicadas pela Desenbahia como cases e destacadas em uma publicação do BNDES sobre a linha de crédito para capital de giro. Foram as empresas baianas Tengemac e a Eco Mármore, associadas, respectivamente, aos sindicatos Sindratar e Simagran.
As empresas, ambas de pequeno porte, conseguiram ter contratos aprovados no âmbito da Linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, resultado da união de esforços entre a FIEB e o Desenbahia na captação de recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).
Na reportagem distribuída pelo BNDES, os empresários contam a importância de obter crédito para capital de giro neste momento tão delicado. O empresário Eduardo Alves, da Tengemac, de Salvador, revela que usou o crédito para colocar em dia as contas com seus fornecedores e funcionários. Com o empréstimo, superou as dificuldades e já se prepara para expandir suas atividades.
Já Alexandre Neder, da Eco Mármore, empresa que faz o beneficiamento de placas de mármore há 29 anos em Jacobina, viu os pedidos paralisarem por conta da crise e, apesar de ter precisado fazer ajustes, não precisou demitir nenhum empregado. Os recursos do BNDES, segundo ele, foram imprescindíveis: “Com o reforço no caixa da empresa, pude pensar para frente, focando nos negócios e planejando o futuro pós-pandemia”, afirmou o empresário à reportagem.
REPERCUSSÃO
O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, comemora os resultados da parceria entre a Federação e a Desenbahia. “Trata-se de uma parceria fundamental que está viabilizando a liberação de capital de giro, tão fundamental para garantir a sobrevivência das indústrias, especialmente, as de micro e pequeno portes”. Ele destaca a atuação do NAC/FIEB, que presta um serviço de assessoria às empresas, estruturando e acompanhando o processo de demanda por crédito.
A notícia foi bem recebida pelo presidente do Simagran, sindicato ao qual a Eco Mármore é associada. Carlos Araújo, reconheceu o esforço que a FIEB vem fazendo para encontrar soluções e diminuir a distância entre os empresários e as instituições de crédito. Mas destacou que o processo de concessão de precisa avançar.
A dificuldade de obtenção de linhas de crédito para socorrer as empresas é ratificada pelo empresário Carlos Antonio Cohim Silva, presidente do Sindratar. Para ele, o esforço do Núcleo de Apoio ao Crédito (NAC), da FIEB, juntamente com a equipe executiva do sindicato, foi o que propiciou o êxito na operação concedida à Tengemac.