Com uma visão um pouco mais otimista para 2020, em relação a 2019, que registrou uma desaceleração do desempenho industrial baiano, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, apresentou os números do setor e o cenário futuro durante almoço que reuniu a imprensa, nesta segunda-feira, 16.12, em Salvador.
De acordo com o presidente da FIEB, o setor químico foi o mais afetado com a hibernação da Fafen e a paralisação da fábrica de PVC de Alagoas, que impactou na produção da Braskem. A indústria automobilística, representada pela Ford, também sofreu com a crise na Argentina, assim como o setor de celulose registrou queda nas exportações (-21%), principalmente para a China (-32,4%).
O setor industrial, conforme explicou o presidente Alban, foi muito prejudicado nos últimos anos e a indústria baiana deve fechar 2019 com um crescimento menor que a indústria nacional. Estimativas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apontam que o PIB da Bahia deve crescer 0,9% em 2019, abaixo da média Brasil em 2019. O setor da construção é um dos que devem registrar leve retomada na geração de empregos.
Enquanto a produção industrial brasileira deve registrar queda de 0,7% em 2019, na Bahia, a estimativa de queda é da ordem de 1,5%. Para 2020, o Relatório de Mercado do Banco Central prevê alta de 2,2% da produção nacional e a Bahia deve manter desempenho ainda abaixo da indústria brasileira, com perspectiva de alta de 1% em 2020.
Para 2020, as medidas de equilíbrio fiscal e das contas públicas adotadas pelo governo e que devem ser continuadas são vistas pelo setor industrial como essenciais para assegurar o crescimento do PIB. Redução do déficit fiscal e das taxas de juros, somada a um cenário mais positivo em 2020, com a melhora no ambiente de negócios em nível nacional, deve impulsionar o consumo e consequentemente a produção da indústria baiana.
Com a possível entrada em operação da Fafen a partir do segundo semestre e a perspectiva de melhora nas exportações de celulose para a China, além da privatização a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), prevista para o final de 2021, a avaliação do presidente da FIEB é de que a situação da indústria somente venha a se reverter a partir de 2021.
“Apesar da persistência de alguns problemas que impactaram a indústria baiana em 2019, a perspectiva é melhor para 2020 e deve ir aos poucos transformando este cenário para permitir que em 2021 a indústria baiana volte a crescer”, destacou Ricardo Alban, chamando a atenção para impacto positivo que a política de redução de juros deve ter para o setor produtivo.
CONFIRA A APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE RICARDO ALBAN: CENÁRIOS BRASIL E BAHIA – 2020