1º Fórum de Oportunidades de Negócios no Segmento de Defesa e Segurança é realizado dentro da programação da 1ª Expo Anápolis, buscando mobilizar empresários interessados em se cadastrar como fornecedores de produtos para as Forças Armadas. Mercado movimenta R$ 7,7 bilhões por ano
Consolidar Goiás e a cidade de Anápolis como polo estratégico para o fornecimento de serviços e produtos ao Ministério da Defesa. O desafio marcou o tom das palestras do 1º Fórum de Oportunidades de Negócios no Segmento de Defesa e Segurança. O debate, organizado pelo Comitê da Indústria de Defesa e Segurança de Goiás (Comdefesa/Fieg), dentro da programação da 1ª Expo Anápolis, contou com participação de presidentes de sindicatos das indústrias e empresários do Estado de Goiás interessados em ampliar seus negócios para um mercado que movimenta R$ 7,7 bilhões no Brasil, anualmente.
A rodada de palestras incluiu exposições dos setores de projetos e compras governamentais do Ministério da Defesa, abordando as oportunidades para as indústrias interessadas em se cadastrar como fornecedoras de produtos para as Forças Armadas. Com foco no desenvolvimento de produtos com viés tecnológico, os palestrantes foram enfáticos em defender a parceria do setor produtivo com o mundo acadêmico na pesquisa e viabilização de soluções inovadoras para as forças de defesa e segurança.
Atualmente, o Ministério da Defesa possui 22 projetos estratégicos em todo o Brasil, dos quais três em Goiás, na própria Anápolis e em Formosa. O presidente do Comdefesa Goiás, Anastácios Dagios, explicou que vários setores da indústria podem se beneficiar com a implantação do Polo da Indústria de Defesa em Anápolis e que o Estado tem diferenciais logísticos que trazem competitividade ao que é produzido no município. "Literalmente, o mercado de compras governamentais para a área de defesa e segurança vai do alfinete ao foguete", disse.
Em sua palestra, o diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Major Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, apresentou aos participantes lista com 15 segmentos industriais considerados estratégicos para as Forças Armadas. O “mapa da mina” inclui os setores de alimentos, eletrônicos, infraestrutura, químico e software, além de apontar oportunidades para fornecimento de roupas, calçados, medicamentos e outros produtos que possuem forte indústria em Goiás. No total, foram mapeados 22 segmentos da indústria goiana aptos a se tornar fornecedores das Forças Armadas.
"Temos uma legislação que permite que produtos considerados estratégicos para o Ministério da Defesa sejam beneficiados por um regime especial tributário", explicou Barbacovi. A lei em questão isenta PIS, COFINS e IPI, proporcionando um valor mais competitivo para que os produtos nacionais sejam comprados pelas Forças Armadas. Para isso, é preciso que a empresa pleiteie o cadastro junto ao Ministério da Defesa e atenda aos requisitos para fornecer produtos e serviços.
Barbacovi explicou que, atualmente, apenas 107 empresas no Brasil beneficiam-se da isenção tributária e que apenas três delas estão no Centro-Oeste. No setor de alimentação, há uma única empresa cadastrada em todo o País, que fica no Estado de São Paulo. "A Fieg tem legitimidade para defender o interesse das indústrias goianas para que consigam produzir, desenvolver-se e fornecer para o Ministério da Defesa e estamos com as portas abertas para receber essa gestão", afirmou.
Outros palestrantes, o Brigadeiro do Ar Valter Borges Malta e o Cel. ExBr. Elson Lima Leal apresentaram os projetos estratégicos das Forças Armadas no Brasil e em Goiás, respectivamente. Num exemplo, foram detalhadas as oportunidades para a indústria da construção na execução das obras previstas no Forte Santa Bárbara, em Formosa, que abriga o Programa Estratégico do Exército Brasileiro Astros 2020.
Segundo o Cel. Elson, estão previstos mais de R$ 30 bilhões para pagamento de fornecedores do programa nos próximos anos. "Queremos que empresas goianas também participem desses certames licitatórios no Estado. Essas construções, que para o Exército representam doutrina e simulação, para o município representa emprego, renda e aquecimento da economia local", afirmou.
Fechando o ciclo de palestras do Ministério da Defesa, o Coronel Aviador Antônio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues expôs os projetos de infraestrutura que estão em fase de implantação na Ala 2 da Base Aérea de Anápolis para receber os programas KC 390 e Gripen. O investimento em ampliação e modernização, de cerca de R$ 500 milhões, transformará a unidade da Aeronáutica na principal Base Aeroespacial da América Latina.
Para o coordenador e membro executivo do Comdefesa Goiás, Baltazar Santos, a implantação do Polo da Indústria de Defesa e Segurança em Anápolis abre uma enorme janela de oportunidades para o desenvolvimento da economia do município e de Goiás. "Estamos falando de um segmento que gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos no Brasil e movimenta 1,47% do PIB brasileiro", observou.
O 1º Fórum de Oportunidades de Negócios no Segmento de Defesa e Segurança contou, ainda, com palestras do vice-presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Defesa e Segurança (Abimde), Almirante Rodrigo Otavio Fernandes de Hônkis; e do gerente executivo da Unidade de Estudos e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Márcio Guerra Amorim, que falaram da gestão das instituições para o fomento e o desenvolvimento da indústria de defesa no Brasil.
O evento teve a participação do líder do governo na Câmara e presidente da Frente Parlamentar que estuda a criação dos Parques Tecnológicos no Brasil, deputado federal Major Vitor Hugo, dos presidentes de sindicatos das indústrias Jaques Silvério (Sincafé) e Alysson Nogueira (Sindirepa) e do pró-reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Cláudio Stacheira.
COMDEFESA GOIÁS – Instituído em janeiro de 2018 pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), o Comitê da Indústria de Defesa e Segurança de Goiás busca identificar oportunidades de negócios para as empresas goianas atenderem às demandas de suprimento de diversos tipos de produtos e serviços das Forças Armadas e forças de segurança.
Nesse sentido, o trabalho vem sendo desenvolvido com foco em estabelecer Anápolis como hub da indústria de defesa no Centro-Oeste, aproveitando a vocação logística do município, o parque industrial consolidado e a proximidade com a Base Aérea da Aeronáutica e com o Programa Estratégico do Exército Brasileiro Astros 2020 – Forte Santa Bárbara, em Formosa.
Para tanto, o Comdefesa Goiás vem buscando viabilizar cinco pilares estratégicos para o sucesso da iniciativa:
☑ Consolidação do parque tecnológico, já em negociação com o governo de Goiás;
☑ Finalização do Aeroporto de Cargas, em fase final de construção;
☑ Operação da Plataforma Logística Multimodal, em fase final de implantação;
☑ Viabilização de apoio do Ministério da Defesa à iniciativa, com tratativas bastante avançadas;
☑ E, finalmente, a adoção de políticas públicas facilitadoras dos investimentos, inclusive com adoção de incentivos fiscais para investidores do setor.
(Assessoria de Comunicação da Fieg)