Dezessete empresários e produtores rurais, da Bahia, visitam Braço do Norte e Rio Fortuna na próxima segunda e terça-feira. Querem entender como funciona a produção integrada de gado de leite, suínos e piscicultura adotada pelas pequenas e médias propriedades agrícolas locais.
A missão empresarial organizada pelo Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia) e pela FIEB(Federação das Indústrias do Estado da Bahia), conta com o apoio da Secretaria de Estado de Agricultura da Bahia e é desenvolvida há dez anos para potencializar a produção, principalmente de gado de leite. Depois de visitarem o Vale de Braço do Norte, se deslocam para o Rio Grande do Sul, onde visitam Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Antes de deixaram o Sul, ainda passam pela Expointer, em Esteio (RS) maior feira do agronegócio do país.
“Esta é a primeira vez que vamos realizar uma missão dentro do Brasil. Nos outros anos nós realizávamos missões internacionais”, explica o médico veterinário Robson Liger, diretor do Sindileite. Entre os países visitados estão, em 2017, os Estados Unidos, mais precisamente em Wisconsin, onde se concentra no mundo a maior produção de leite, para Nova Zelândia, maior exportadora mundial de leite, diversos países da Europa e, por último, Israel, em novembro de 2018.
“Comparado com a região Sul de
Santa Catarina, estamos atrasados em termos associação de produção em uma mesma
propriedade”, relata Liger. Segundo
ele, a Bahia viveu seu auge da produção agrícola com a plantação de cacau que,
diminuiu praticamente 70%, há 20 anos em decorrência da praga da vassoura. “O
que ocasionou muito empobrecimento ao homem do campo mas, agora, está
conseguindo achar um caminho promissor com a produção de chocolate com a
denominação de origem da Bahia”, explica
o produtor. “Buscamos, ainda,
mostrar para o nosso produtor que é possível criar uma propriedade rentável e diversificada”, incentiva
diretor do Sindileite, que foi o pioneiro
a levar para o nordeste o gado de leite de nossa região para colocar em sua
propriedade em Coroaci, na região de Ilhéus. Foram 102 animais da Raça Jersey
da produzidas por Antônio Schuelter. E já convenceu mais seis colegas
produtores a buscar animais aqui do Vale. Depois
de visitar a região por três vezes, decidiu trazer um grupo para conhecer o
potencial desta região. “Afinal, se é a Capital do Gado Jersey, porque não visitar quem está fazendo bem seu trabalho”, conta
Liger que possui
quatro
O gado Jersey se adaptou bem ao nordeste, revela o produtor. “Nós estamos mais no litoral, que tem um clima tropical, de 22 a 35 graus durante todo o ano. Porém, o nosso Estado tem 75% de sua área como semiárido, que, com tecnologia, pode ser facilmente utilizada para a criação de suínos, gado de leite e piscicultura”, reforça. Diferente da nossa região, uma propriedade rural na Bahia, tem em média 120 hectares. “Se for menor do que isso, chamamos de sítio, por ser pequena. Quando conto para meus amigos que no Sul de Santa Catarina as propriedades tem cerca de 20 hectares e possuem granjas de suínos, gado de leite e tem açudes com peixe, eles não acreditam. Por isso, vamos realizar esta missão empresarial passando por estas propriedades, lacticínios e granjas”. A intenção, segundo Liger é mostrar como é possível associar todas estas atividades em um só local. “Eu mesmo faço isso em uma propriedade com 83 hectares, inclusive com uma indústria de lacticínio”, fomenta.
A Bahia produz 60% dos produtos lácteos que consome e importa o restante. Não há produção suficiente para atender toda a população. Produz também apenas 25% da carne suína que a população adquire. “A região tem muito para crescer, principalmente na suinocultura”, explica o técnico agrícola Hudson Ferro, de Braço do Norte, que presta assistência para diversos suinocultores na Bahia na parte de nutrição pela Polinutri. “Eles vem buscar tecnologia, aprender como ter mais produtividade, já que estão um pouco mais atrasados do que a nossa região, tanto no gado leiteiro, quanto na suinocultura”, explica o técnico que acompanhará o grupo.
Liger conta que esta, com certeza, não será sua última visita ao vale. “Meu filho, que é formado em engenharia de produção e já morou na Alemanha, esteve comigo aqui em Rio Fortuna e voltará para cá em algumas semanas. Ele ficará 15 dias aqui para aprender com detalhes com os produtores locais”, relata com satisfação.
Fonte: https://folhadovale.com.br/missao-da-bahia-conhece-a-producao-do-vale/