A moderada recuperação da indústria
28/08/2018
Por: O Estadão
A produção industrial dá sinais de ter iniciado um ciclo de crescimento que deve se estender pelos próximos meses. De acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que ouviu dirigentes de 2.257 empresas, o índice de evolução da produção alcançou 52,2 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutivo em que esse índice ficou acima de 50 pontos, nível que separa as avaliações positivas das negativas.
É um sinal forte de que o setor está reagindo bem ao baque causado pela greve dos caminhoneiros, que afetou o desempenho de toda a economia, em particular da indústria de transformação. Como consequência da melhora da produção, aumentou a utilização da capacidade instalada, que alcançou 68%, o maior índice para julho nos últimos quatro anos.
“Estamos no início do segundo semestre, quando costuma ter aumento da atividade”, observou o economista da CNI Marcelo Azevedo. Pesquisa divulgada alguns dias antes pela entidade representativa da indústria havia mostrado que os dirigentes do setor estão mais confiantes. Se esse estado de ânimo se mantiver, os resultados dos próximos meses deverão ser ainda melhores.
Todos os indicadores de expectativa estão no campo positivo (acima de 50 pontos). Um deles, o de intenção de investimento, é particularmente relevante. Em agosto, esse indicador alcançou 51 pontos, revertendo a trajetória de queda observada nos seis meses anteriores.
A Sondagem mostra, porém, que em julho os estoques voltaram a ficar acima do planejado pelas empresas que, como reação aos problemas causados pela paralisação do transporte rodoviário em maio, fizeram fortes ajustes em junho.
Quanto à demanda futura, desde junho é crescente o otimismo das empresas. O índice de expectativa desse item registrou 57,8 pontos em agosto, 1,4 ponto maior que o do mês anterior e que o de agosto do ano passado. Também vem melhorando a expectativa quanto às compras de matérias-primas. Houve pequena deterioração das expectativas com relação ao volume exportado, que caiu de 55,4 pontos em julho para 55,0 em agosto.
A Sondagem constatou que o emprego no setor deve continuar caindo. O indicador do número de empregados ficou em 48,5 pontos, abaixo dos 50 pontos que separam a queda do aumento do emprego.
ACOMPANHE NOSSAS REDES SOCIAIS