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Os testes anuais de segurança
fitossanitária do mofo azul fazem parte de um tratado com a China para a
exportação da folha do tabaco brasileiro
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A Bahia é considerada “área livre do mofo azul”, uma doença causada por um fungo que prejudica a folha do tabaco até levar a morte da planta. Esse status é fundamental para garantir a permanência da exportação do tabaco para a China. Por conta disso, desde 2011, Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia (Sinditabaco), em parceria com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), realiza a coleta de amostras de tabaco produzido na Bahia. Este ano, o período de coleta será iniciado no início de julho e percorrerá mais de 25 cidades baianas.
Fiscais de inspeção fitossanitária da Adab realizarão as coletas das plantas em todo território baiano que produz tabaco para fins comerciais, como em propriedades rurais situadas em cidades do recôncavo, nordeste e oeste da Bahia. O mofo azul é mais comum no sul do país, devido à umidade do clima do local. As temperaturas em que se encontram as plantações da região nordeste do Brasil não favorecem o surgimento da doença. Os estados de Alagoas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina também passam anualmente pela inspeção, mas os resultados para a manutenção do status é independente para cada estado.
As amostras de tabaco coletadas na Bahia serão enviadas em agosto para o laboratório da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que é credenciado para esse tipo de inspeção. Depois que as amostras são validadas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emite um certificado informando à China que a planta está livre de pragas. Com isso, o Brasil recebe uma comitiva chinesa formada por compradores do setor tabagista e pesquisadores da Administração Geral da Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena (antiga AQSIQ) – órgão chinês semelhante ao Mapa no Brasil. Eles comprovam as análises realizadas e autorizam mais um ano de importação da folha in natura.
A China é um importante consumidor de produtos brasileiros
China está entre os cinco países que mais compram a folha de tabaco produzida na Bahia. Para o diretor executivo do Sinditabaco, Marcos Augusto Souza, a valorização do tabaco baiano é o maior ganho nessa relação comercial. “Os chineses compram nosso tabaco, porque para eles esse produto representa o tempero na produção de outros charutos, proporcionando sabor e aroma diferenciados ao produto. Funciona como se fosse o sal e a pimenta na comida”, explica.
Além da Bahia, os chineses também compram o tabaco produzido em outros estados como Alagoas e Rio Grande do Sul. Segundo o Mapa, a China é o maior mercado para os produtos agropecuários brasileiros, consumindo 39% do total de nossas exportações. No caso do tabaco baiano, o país asiático importa em média 15% de toda produção local.