Por que a farinha de trigo é fortificada?
19/06/2018
Por: Glutén Contém Informação
Você sabia que a farinha de trigo é enriquecida com ferro e ácido fólico (ou vitamina B9)? Dá uma olhada na embalagem: vai ter um aviso indicando que esses dois nutrientes estão lá, prontinhos para deixar mais nutritivos o bolo, o pão, os biscoitos e o macarrão que fazemos em casa.
A farinha é fortificada desde 2002 para ajudar a combater dois graves problemas de saúde pública: a anemia por deficiência de ferro e a má formação do feto quando a mãe não consome vitamina B9 suficiente — o papel do ácido fólico é ajudar a formar o tubo neural do bebê, que dará origem a seu sistema nervoso.
Para melhorar o desempenho na redução da anemia, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de mudar a resolução que define o enriquecimento. “As evidências disponíveis sugerem um impacto positivo do enriquecimento das farinhas com ácido fólico na redução de má formação de bebês. Já as evidências em relação à efetividade do enriquecimento com ferro na redução da anemia são questionáveis”, explica Rodrigo Vargas, especialista em regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa.
Ele explica que a nova resolução — a RDC 150/2017– busca corrigir as falhas da anterior nesse sentido, como a baixa biodisponibilidade (teor do nutriente que é realmente absorvido pelo organismo) dos compostos de ferro que eram utilizados antes. Assim, a lista de compostos de ferro que podem ser usados no enriquecimento mudou. “Ela foi alterada para permitir apenas o uso do sulfato ferroso e do fumarato ferroso e de suas formas encapsuladas, por apresentarem maior absorção, contribuindo para aumentar a efetividade da intervenção”, afirma Vargas.
De acordo com as novas determinações, cada 100 gramas de farinha de trigo e de milho devem ter de 4 a 9 miligramas de ferro e de 140 a 220 microgramas de ácido fólico, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde. As embalagens também devem mudar, para informar melhor o objetivo e as características do enriquecimento. “Os rótulos das farinhas deverão trazer uma frase que esclarece que o enriquecimento é uma estratégia para combate da má formação de bebês durante a gestação e da anemia”, completa Vargas.

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