Fonte: Portal DBO
Ministra quer retomar
exportação de carne para os EUA este ano
EUA são uma referência para outros potenciais
importadores de carne bovina in natura do Brasil
DENIS CARDOSO
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai integrar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que viaja 17 de março a Washington, nos EUA, para encontros com Donald Trump e outros integrantes do governo norte-americano.
Na
agenda da comitiva, Tereza terá como principal missão tentar reabrir o mercado
norte-americano para a carne bovina in natura brasileira – seu antecessor,
Blairo Maggi, não teve êxito nas negociações, que já duram quase dois anos (o
embargo ocorreu em junho de 2017, depois que foi encontrado a formação de
abscessos em lotes da carne, em reação à vacina de febre aftosa).
Em
entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal Valor Econômico, a ministra
disse que espera que o comércio de carne bovina in natura para os EUA seja
restabelecido ainda este ano.
Porém,
afirmou Tereza, o sucesso da transação depende de outras duras negociações
envolvendo o comércio agrícola entre os dois países, tais como o acesso de
produtos norte-americanos ao mercado brasileiro, tais como carne suína, açúcar,
etanol e trigo.
A
importância dos Estados Unidos como comprador de carne bovina brasileira vai
além dos números. O pais não é fundamental, pelo menos atualmente, para o
sucesso dos embarques brasileiros, tanto é que, ano passado, mesmo sem vender
nada do produto in natura ao mercado norte-americano, o Brasil registrou
receita recorde de US$ 6,57 bilhões (incluindo carne fresca, industrializada,
miúdos, tripas e salgada) com transações envolvendo todos os demais países
importadores.
A
questão crucial é que os EUA são uma referência para outros potenciais
importadores de carne bovina in natura do Brasil, que hoje também não compram
do Brasil a proteína, tais como Japão e Coreia do Sul. Ou seja, caso a equipe
da ministra Tereza consiga retomar o comércio ao mercado norte-americano,
outros países importadores que seguem as mesmas normas de sanidade animal podem
manifestar maior interesse pelas negociações envolvendo a carne in natura
brasileira.