Evento promovido pelo Sindicer reúne ceramistas potiguares para apresentação de pesquisas de mercado e novas tendências de consumo
O Sindicer-RN com apoio do Sebrae, promoveu no dia 6 de dezembro o Seminário de Tendências para a Indústria cerâmica no auditório do Sebrae em Natal, capital potiguar.
A programação se dividiu em apresentações de pesquisas que visavam pôr em pauta as dificuldades das empresas cerâmicas frente a venda dos produtos, pesquisa de mercado internacional e nacional e a viabilidade das transformações do setor através de inovações e remodelagem de sistema.
O presidente Pedro Terceiro de Melo deu abertura a programação falando sobre a satisfação de ver a participação do setor cerâmico no dia do evento, onde estiveram reunidos mais de 40 ceramistas e representantes do Estado: “Eu acho que nós conseguimos evoluir. Colocar dentro de uma sala a academia, empresários, Sebrae, Sistema Sesi, Fiern, Senai e discutir as questões do setor. Achei uma evolução significativa”, disse o presidente. Lorena Roosevelt, gerente da Unidade de Desenvolvimento da Indústria do Sebrae-RN, em seu discurso de abertura a palavra “inovação” ficou em evidência e foi o ponto-chave das demais apresentações. “Nosso objetivo é gerar engajamento desse empresário. No final das contas o que a gente quer é colocar inovação na veia desse empresário”, disse.
Embora com mudanças significativas no setor nos últimos anos, Lorena ressaltou a relevância de novos hábitos para a indústria no RN: “Nós sabemos que o setor ainda trabalha com produtos e métodos de produção que precisam avançar, então nós precisamos sensibilizar o empresário para isso e ao mesmo tempo nos colocar, quanto instituição, totalmente no suporte, no apoio, para poder fazer transformações nessas empresas”, disse,“nós temos uma prateleira enorme de produtos e serviços para esses empresários. Desde produtos na área de tecnologia, melhoria de produtos, melhoria de processo, a parte de marketing, a parte de gestão, acesso à mercado, acesso à novas tecnologias, nós temos um portfólio amplo de soluções para oferecer ao empreendedor”, completou Roosevelt deixando abertas as oportunidades às empresas que desejarem o apoio do Sebrae.
“Apresentamos um balanço do ano mostrando quais foram as ações desenvolvidas em parceria com o sindicato, onde nós investimos tempo, custo e energia para trabalhar a competitividade das nossas cerâmicas e também em pensar em tendências de mercado. O que é que o mercado está exigindo do setor? Principalmente as construtoras, as lojas de materiais de construção, os arquitetos, os engenheiros. Fizemos uma pesquisa em relação a esse segmento em que ela apontava quais eram os gargalos. Onde é que o setor pode melhorar para poder atingir, de uma forma mais competitiva, esse mercado consumidor”,comentou Roosevelt. As tendências apresentadas aos empresários visam uma correção acessível para o ano de 2019.
A pesquisa relatada pela gerente foi apresentada pelo estatístico Paulo Ricardo (Disponível na biblioteca do site, Ed. 12). Os dados mostram a satisfação e insatisfação de profissionais da área de construção civil, construtoras e lojistas em relação às empresas cerâmicas do Estado. Apesar da larga satisfação a respeito da qualidade do produto cerâmico, há pontos negativos em relação a entrega realizada pelas empresas e o valor cobrado pelos produtos, por exemplo. Alguns ceramistas aproveitaram o ambiente para esclarecer dúvidas e discutir pontos relevantes dos dados.
Nildo da Nordeste Cerâmica falou em nome dos empresários sobre alguns pontos levantados na pesquisa. Em sua opinião, há muitas empresas que não andam segundo as regras e que são avaliadas na pesquisa junto às que estão dentro das normas, o que poderia interferir nos índices de reprovação quanto a entrega e a falta de padronização dos produtos.
Outra observação relevante apontada foi a respeito do dado em que os lojistas responderam preferir adquirir os produtos de uma cerâmica dentro das normas. A hipótese sugerida pelo ceramista é que esse dado não é real. Há muitos lojistas que não levam as certificações como uma regra de aquisição, porém, ao serem abordados por um técnico do Sebrae poderiam terem se sentido coagidos a responder como eticamente corretos. O resultado dessa aquisição irregular é o mercado de concorrência desleal que continua progredindo no Estado, enquanto que empresas padronizadas vêm enfrentando dificuldades.
A pesquisa foi aplaudida pelo público como relevante para o setor. “O próximo passo é o sindicato reunir um grupo e analisar mais a fundo essa pesquisa, porque são dados significativos e eu acho que a gente deve se debruçar mais para poder melhor utilizar esses dados”, disse Terceiro.
Um apontamento feito pelo gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae-RN, David Xavier, mostrou o mercado em expansão para o mundo na perspectiva da indústria 4.0 e o quanto ela está presente em todos os sistemas operacionais do mundo. Um dos ouvintes e Doutor em energias renováveis, Alfredo Napoli, professor francês responsável pelo departamento de Ciências Florestais na Universidade Federal de Lavras em Minas Gerais, prestigiou o evento em sua breve passagem de uma semana pela cidade do sol. O professor elogiou a iniciativa do Sindicer-RN: “achei muito interessante o sindicato ter esse tipo de reunião. Fiquei muito impressionado com os estudos de mercado e de estruturação para o setor. Achei muito interessante a organização dessa atividade de interação, de se preocupar com o setor e analisar os estudos externo e interno”.
O professor relatou também que considerou a programação de extrema relevância e citou alguns pontos: “parabenizo pela preocupação da evolução do mercado e a necessidade de ter visão para o futuro do setor, como pode se posicionar no mercado com toda a dificuldade. A evolução da população, como a gente viu sobre o mercado no Brasil e particularmente no nordeste. A questão de novos produtos”, listou Napoli.
O evento encerrou com um almoço de confraternização dos diretores do Sindicer e convidados presentes no seminário. Para Pedro Terceiro, essa promoção de confraternização aspira a perspectiva de resiliência do setor frente à crise econômica e seus danosos efeitos, “Estamos vivendo um momento de dificuldade, mesmo assim nós estamos conseguindo superar e se confraternizar”, disse o presidente. Outro convidado, Gustavo Protásio representante da Cerâmica Santa Edwiges, participou do evento e aprovou a iniciativa do Sindicer e Sebrae: “eu gostei bastante. Vamos nos aproximar mais”, disse o empresário.