O segundo maior estado brasileiro chegou ao topo da produção no campo do paÃs no que diz respeito à s lavouras permanentes, tanto com o primeiro lugar quanto com o maior número de municÃpios super produtivos entre os dez principais da lista. É a primeira vez que o Pará se destaca dessa forma no levantamento, cujos dados começaram a ser coletados em 1974.
As informações foram divulgadas na manhã desta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), por meio da pesquisa intitulada “Produção AgrÃcola Municipal (PAM) 2017â€. A PAM é elaborada anualmente a partir de dados informados por prefeituras e governos estaduais sobre o exercÃcio anterior ao de sua divulgação.
Na pesquisa divulgada hoje, o campeão nacional na lavoura permanente é o municÃpio paraense de Igarapé-Miri, considerado o “Rei do AçaÃâ€, produto que movimentou 99,5% de sua economia e fez circular R$ 1,82 bilhão. A microrregião de que esse municÃpio faz parte, Cametá, é a maior produtora de açaà do mundo.
Entre as culturas temporárias, o campeão paraense é Paragominas, que movimentou R$ 472,5 milhões ano passado e ficou na 85ª posição nacional.
Na junção das duas culturas (permanentes e temporárias), Igarapé-Miri, com seu açaÃ, ocupa o 7º lugar no ranking nacional da produção de commodities agrÃcolas, ao lado das potências da soja do estado de Goiás e Mato Grosso. O açaà rendeu o mais saboroso resultado ao Pará na história do levantamento.
Expansão da soja
O Pará também cravou seu nome esta década como um dos 50 municÃpios que mais produzem soja no paÃs. O municÃpio de Paragominas, no sudeste do estado, é o 48º maior produtor nacional da commodity, tendo movimentado ano passado R$ 414,2 milhões — leve queda em relação aos R$ 421,4 milhões de 2016, quando ocupou a 37ª colocação nacional.
A frente de expansão da soja no estado concentra-se nas áreas polarizadas por Paragominas (que incluem Dom Eliseu, Ulianópolis e Rondon do Pará), por Santarém (que incluem Santarém, Mojuà dos Campos, Belterra e Novo Progresso), e na faixa que se estende de Marabá até Conceição do Araguaia.
Em 2017, um total de 29 municÃpios paraenses produziu R$ 1,57 bilhão em soja, praticamente o mesmo valor de 2016. Santa Maria das Barreiras, na microrregião de Conceição do Araguaia, sul do estado, foi o municÃpio que mais viu a produção de soja disparar, passando de R$ 37,7 milhões em 2016 para R$ 76,8 milhões em 2017, avanço de 104% em apenas um ano.
Há dois anos, o Pará era o 11º maior produtor de soja do Brasil, mas em 2017 perdeu o posto para o Maranhão (que passou de R$ 1,31 bilhão para R$ 2,32 bilhões) e Piauà (que avançou de R$ 743,4 milhões para R$ 2,2 bilhões). Maranhão e PiauÃ, juntamente com a Bahia e o Tocantins, formam o que a economia rural já chama de “Matopibaâ€, em alusão à sigla dos estados que estão entre os que mais expandem a fronteira agrÃcola.
Cesta paraense
No conjunto de todas as commodities agrÃcolas, a cesta de produção paraense foi fechada em R$12,78 bilhões em 2017, crescimento de 8,25% frente aos R$11,8 bilhões apurados em 2016. O açaà lidera, de longe, a produção agrÃcola, com R$5,44 bilhões movimentados, o correspondente a 42,5% das operações totais. A mandioca (R$1,85 bilhão), a soja (R$1,57 bilhão), o cacau (R$850 milhões), a banana (R$668 milhões), a pimenta-do-reino (R$516 milhões), o milho (R$445 milhões), o dendê (R$394 milhões), o abacaxi (R$206 milhões) e a laranja (R$181 milhões) aparecem na sequência, entre 37 produtos que geram riquezas ao estado.
Pela primeira vez na medição do IBGE, o Pará ultrapassou a Bahia (R$ 790 milhões) e se tornou maior produtor nacional de cacau. O estado também é o maior produtor brasileiro de mandioca, de pimenta-do-reino e de dendê. Além de tudo isso, o Pará é o 2º maior produtor de abacaxi, o 5º de banana e o 6º de laranja.
Parauapebas – Produção agrÃcola avança 30% e ultrapassa R$ 130 milhões
De 2016 para 2017, a produção agrÃcola de Parauapebas passou de R$103,2 milhões para R$134,8 milhões, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE) divulgado nesta quinta-feira (13). A cesta de produtos do municÃpio compreende 16 commodities do campo, velhas conhecidas de todos, da mandioca ao café.
Segundo o Instituto, a mandioca é o produto número 1 de Parauapebas e sua produção pulou de R$42,9 milhões em 2016 para R$65,6 milhões em 2017. A banana aparece em segundo lugar, com produção de R$35,8 milhões, ante R$28,4 milhões no ano anterior. Milho (R$7,1 milhões), melancia (R$6,6 milhões), mamão (R$3,9 milhões), tomate (R$3,2 milhões), açaà (R$2,4 milhões), coco-da-baÃa (R$2,2 milhões), soja (R$1,9 milhão) e maracujá (R$1,8 milhão) completam o time dos dez principais de 2017.
Entre todas as commodities locais, apenas quatro apresentaram declÃnio de produção entre 2016 e 2017: tomate (de R$4,4 milhões para R$3,2 milhões), feijão (de R$2,7 milhões para R$1,5 milhão), cacau (de R$576 mil para R$504 mil) e pimenta-do-reino (de R$560 mil para R$320 mil).