A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) tem perspectivas positivas para a carne suína brasileira em 2019 e estima que maior demanda poderá elevar exportações ao patamar recorde alcançado em 2016, dependendo do cenário quanto ao preço dos grãos.
“Estamos confiantes com a expectativa de retomada do crescimento do PIB do Brasil, que deverá impactar positivamente no mercado interno de carnes, além da reabertura das exportações para a Rússia, ainda que em patamares mais baixos do que estávamos acostumados”, disse o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, em nota.
“Mas precisamos estar atentos a todos os fatores que influenciam diretamente no rendimento da nossa atividade e isso exige de nós uma visão estratégica.”
As exportações de carnes suína brasileira estão em quedas neste ano , em comparação com o ano passado, impactadas pelo embargo russo que durou 11 meses e terminou em novembro. A Rússia, que era a principal compradora do produto brasileiro, retomou as compras em ritmo muito menor que antes do embargo, e a indústria espera aumento gradual no volume dessas exportações no futuro.
Para 2019, a ABCS também estima aumento na demanda chinesa em função da redução do rebanho naquele país relacionada com a disseminação da peste suína africana.
A eventual manutenção das disputas comerciais entre Estados Unidos e China também poderá aumentar a demanda por carne brasileira, “que pode superar a marca de 700 mil toneladas exportadas, feito só realizado no ano de 2016”, segundo a ABCS. “Porém, este cenário também exige atenção, pois também pode aumentar a compra de soja pelo país asiático, pressionando para cima o preço deste grão.”
A ABCS também espera para 2019 a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao tabelamento do frete rodoviário, definido mais cedo neste ano pelo governo do presidente Michel Temer em meio à greve dos caminhoneiros ocorrida em maio. O tabelamento ainda pode ser revertido pelo STF.
Segundo a ABCS, o tabelamento tem inibido operações do mercado futuro e exportações, especialmente na Região Centro-Oeste, cujas distâncias são maiores para os destinos mais frequentes.