O documento com oito itens reúne, entre outras propostas, indicações do setor para geração de emprego, retomada de obras paralisadas e investimentos em infraestrutura e em moradias populares
Manaus - O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (SINDUSCON-AM), a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Amazonas (ADEMI-AM) e outras entidades ligadas à cadeia da construção promoveram um evento, na manhã desta terça-feira (23), para apresentar oito propostas do setor aos candidatos ao Governo do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT) e Wilson Lima (PSC).
Previsto para começar às 10h, o encontro com Amazonino Mendes, candidato à reeleição, foi cancelado devido a conflito de agendas e horários. As duas entidades representativas do setor vão entregar o documento com as propostas ao candidato do PDT, em data a ser definida.
O documento com os oito itens reúne, entre outras propostas, indicações do setor da construção para geração de emprego e renda, retomada de obras paralisadas, desburocratização e investimentos em infraestrutura e em moradias populares. “Presume-se que somente um 1% do PIB [Produto Interno Bruto] do Estado é aplicado em infraestrutura. Nós precisaríamos de 3% para manter as infraestruturas existentes e acima de 4% para que haja crescimento econômico”, destacou o presidente do SINDUSCON-AM, Frank Souza.
No evento desta terça, realizado no Hotel Adrianópolis All Suítes, localizado na Rua Salvador, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus, empresários do setor conversaram com Wilson Lima por aproximadamente uma hora. Foram feitas perguntas relacionadas às propostas.
O candidato do PSC afirmou que, caso eleito, vai valorizar o setor produtivo. “Inclusive, todas as grandes obras que forem implementadas no Estado, faço questão de vir aqui consultá-los pra que a gente possa, junto, tomar decisões”, ressaltou.
Uma das questões apresentadas pela construção é o pagamento dos serviços prestados dentro dos prazos pré-definidos em contratos entre o poder público e o setor privado. Sobre o assunto, Wilson afirmou que os pagamentos serão feitos conforme planejado.
“Pagar fornecedor em dia. Esse é um compromisso nosso. Fazer processo licitatório de forma limpa, de forma honesta, exigindo projeto básico, projeto executivo, pra saber em que etapa está cada obra e que o empreiteiro que está fazendo cada obra receba de acordo com o serviço que foi prestado, garantindo que isso não atrase, mas também dando a liberdade que o governo possa, efetivamente, cobrar. Porque quando você atrasa uma obra, você desemprega gente, a obra não caminha. E aí quando você vai retomar a obra tem que ter o tal do aditivo”, disse.
O candidato afirmou, ainda, que simpatiza com o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (CODESE Manaus), entidade apartidária que contribui com o planejamento da capital em 20 anos. “Estou conversando muito com o Paulo Rabello, que foi presidente do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], eleito esse ano o economista do ano. Ele é o viés econômico desse nosso projeto. Alguém que tem nos ajudado agora e vai nos ajudar num futuro governo. E ele tem falado muito sobre um planejamento para daqui a 15, 20 e 30 anos”, disse.
Conforme o presidente do SINDUSCON-AM, o documento visa apresentar, principalmente, três pilares para o desenvolvimento da cadeia da construção. “Que tenha financiamento ao setor. Isso é uma das fontes principais. Que haja segurança jurídica. Hoje há uma instabilidade muito grande entre cumprir o que foi acordado e a interpretação da lei, tanto para o setor privado, quanto para o setor público. O gestor público fica inseguro. Isso nos gera situações de interrupção de obras ou não contratações das mesmas. E plano diretor, um planejamento de longo prazo do Estado, para que os empresários possam acreditar que aquilo vai ser implantado naquele prazo e dentro daquele cronograma a ser cumprido”, destacou Souza.
“O nosso objetivo era ouvir o candidato e colocar que existem entidades como a ADEMI-AM e o SINDUSCOn-AM, que têm várias propostas que podem contribuir muito com o governo, que podem contribuir com ideias, que podem contribuir com estudos, análises”, reforçou Albano Maximo, presidente da ADEMI-AM.
Alem de ser assinado pelos candidatos, o documento com as oito propostas está disponível na internet.