O presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Goiás (Conceg), Wilson de Oliveira, participou de reunião da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), no dia 03/10 último, que teve como convidado o presidente da Enel Distribuição Goiás, Abel Rochinha. Ele esteve na entidade para falar sobre a revisão tarifária, os investimentos e projetos da empresa.
Na ocasião, Abel Rochinha explicou que a revisão tarifária - que prevê um reajuste de 24,65% para as unidades consumidoras de alta tensão (geralmente, indústrias e grandes propriedades rurais) e de 12,12% para a baixa tensão (consumo residencial), gerando, com isso, uma média de 15,72% - é uma previsão legal e contratual. Ele também explicou que a concessionária fica com apenas 18% do valor que é pago pelo consumidor e que grande parte do que é pago na conta de energia são impostos, encargos, subsídios, dentre outros.
Ainda em sua exposição, Abel Rochinha falou dos investimentos da concessionária em Goiás. Segundo ele, em 2017, no primeiro ano após a privatização, a empresa investiu no Estado cerca de R$ 840 milhões e, este ano, deve investir valor semelhante, portanto, totalizando mais de R$ 1,6 bilhão. Conforme observou, nos últimos cinco anos, o investimento médio da antiga Celg era em torno de R$ 240 milhões. Segundo afirmou, muito está sendo investido em tecnologia. Entretanto, ponderou, são demandas grandes e complexas e isso faz com que demore um pouco até que as melhorias possam ser sentidas pela população goiana.
O presidente do CONCEG, Wilson de Oliveira, ressaltou a importância do debate promovido pela Acia com os empresários anapolinos e a direção da Enel. Em relação à questão da revisão tarifária, ele disse que o Conselho não tem muita margem para alterar os índices pleiteados, pois os mesmos envolvem uma série de variantes como investimentos, encargos, tributos, diferença cambial (a energia comprada de Itaipu é dolarizada) e estão dentro das previsões legais e contratuais. No entanto, o Conselho está atento e atuando para verificar, sobretudo, se os investimentos estão sendo realizados.
Wilson de Oliveira destacou que o CONCEG contratou uma consultoria especializada para acompanhar a revisão tarifária, além do acompanhamento que está sendo feito por sua assessoria própria e pelos próprios conselheiros. O processo está ocorrendo junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deverá dar o seu parecer sobre o pleito da revisão tarifária até o dia 16 deste mês de outubro.
O CONCEG, inclusive, foi elogiado pela agência reguladora, por ocasião da realização da audiência pública para discutir a revisão tarifária, ocorrida no mês de agosto último, em Goiânia.
O presidente da Acia, Anastácios Apostolos Dagios, reconheceu a dificuldade de se alterar os índices da revisão tarifária, porém, acentuou que será um aumento pesado, principalmente, para o segmento da indústria, o qual já enfrenta muitas dificuldades e é penalizado pela alta carga tributária do País.