Reparador explica em detalhes como fazer o diagnóstico para identificar problema no sistema neste veículo especificamente
Nesta edição da revista Reparação Automoticava, o relato de Hans Alves, da Oficina Hans Car, do bairro do Ipiranga, da capital paulista, que trabalha bastante com Fiat Marea, onde aparecem algumas surpresas.
Uma das surpresas que apareceu algum tempo atrás foi referente a um Fiat Marea que, simplesmente, “você girava o contato e ele não acendia a luz do óleo. Começamos a desmontar o carro, a verificar o que tinha acontecido e o porquê estava daquela forma. O virabrequim estava com bronzina standard, porém, fuga de óleo, bronzina standard, bronzina avermelhada, perdeu o material e a primeira camada, e não acendia a luz do óleo.
Verificando a medida do virabrequim, ele estava fora de medida”, diz. Então, começaram a verificar o histórico do carro, onde foi visto que o manual do proprietário indica a troca a cada 20 mil km.
O que aconteceu com isso?
Quando o carro era produzido lá fora, na Itália, realmente poderia trocar com 20 mil km.
Chegando no Brasil, onde a nossa gasolina tem óxido de ferro, dióxido de enxofre, que ataca diretamente no óleo, o óleo perde a sua propriedade química, perde a capacidade de formar película protetora entre munhão e bronzina no virabrequim e o que aconteceu? A Fiat fez um recall dos motores e mudou a medida de bronzina.
Quando o carro era um pouco mais novo, chegava na oficina mecânica, eles tiravam no caso os mancais e constatavam que a bronzina era original Fiat, porém, não foi verificada devidamente a parte de medida com um micrômetro.
Então, o que aconteceu?
O mecânico colocou bronzina standard achando que o virabrequim era standard e não era, era zero 12.
A partir disso, começamos a verificar o que aconteceu com o restante o motor com essa fuga de óleo. Desmontando a bomba de óleo, a gente achou, na própria bomba de óleo, um desgaste prematuro, devido à fuga de óleo, e não gerou a pressão necessária dentro da bomba de óleo.
Com isso daí a gente foi atrás para comprar a bomba de óleo. Chegando na concessionária da própria Fiat, eles tinham um preço absurdo da bomba de óleo. Na autopeça me informaram que a marca X estava fabricando. Decidi fazer um teste devido à situação financeira para poder comprar a bomba de óleo original Fiat. Começamos o teste, montamos o carro, trocamos virabrequim, trocamos bronzinas, montamos ele, funcionamos o veículo, começou a pingar óleo no chão.
Pingando óleo no chão, a gente começou a pensar de onde era? Junta da tampa de válvula? Retentor? E começamos a desmontar o carro. Desmontamos a correia de serviço e, chegando na própria bomba de óleo com o motor funcionando, constatamos que tinha um vazamento na carcaça. Então, tinha um poro na carcaça que, provavelmente, com a pressão, estourou e formou o fio de óleo escorrendo.
Entramos em contato com fabricante, o mesmo chegou a vir na oficina, constatou que realmente era defeito na peça. Após isso, me mandou uma outra bomba de óleo, onde identificamos um outro problema, que era a posição do eixo compensador de massa referente à posição da própria bomba de óleo.
Como que a gente chegou a esse resultado?
Colocando o primeiro cilindro em PMS (ponto morto superior), ele tem um encaixe correto na engrenagem, na peça de plástico. Aqui tem uma seta e na engrenagem original tem uma outra seta para a gente coincidir as duas informações e, o eixo compensador de massa, onde ele encaixa na própria bomba de óleo, ele é descentralizado. Então, pegamos a bomba de óleo original do carro, encaixamos, removemos, pegamos a bomba de óleo da fabricante paralela, encaixamos e simplesmente não encaixava por causa da posição do eixo compensador de massa. Mas se no original está de um jeito e a paralela de outro, o eixo compensador de massa é responsável pela marcha lenta equalizada, motor estabilizado, principalmente em aceleração. Ele não tem aquela vibração e nem aquela jogada do motor. Ele é justamente projetado para evitar vibração no motor.
Entramos em contato novamente com o fabricante, o mesmo enviou mais duas bombas de óleo onde, chegando na oficina, a gente simplesmente desistiu de usar a bomba de óleo do fabricante. Aí corremos atrás da bomba de óleo original, colocamos, o carro está rodando tranquilo. Após quase três anos, a marca fabricante da bomba de óleo entrou em contato conosco.
Eu sempre tive à disposição para poder fornecer uma peça para fazer um gabarito. Entrou em contato com a gente, forneci a própria bomba de óleo, eles falaram que resolveram tanto da parte do vazamento quanto da parte da posição do eixo compensador de massa.
A bomba de óleo está aqui, a gente vai montar no carro, vamos testar a bomba de óleo para ver se não vai apresentar nenhum outro defeito e às demais bombas de óleo que eles têm em estoque vão ser todas conferidas para poder vender para todo mundo.
Uma dica para quem mexe com Fiat Marea 2.0, 2.0 turbo e 2.4, que vai usar, vai trocar essa bomba de óleo, sempre verificar a posição, comparando com a bomba de óleo original, para poder aplicar no motor, para não ter nenhum tipo de vibração e o dono não reclamar da vibração após a troca da peça.​
Fonte: http://www.reparacaoautomotiva.com.br/single-post/2018/08/01/Defeito-na-bomba-de-óleo-do-Marea