Representando a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), o vice-presidente da entidade, empresário Wilson de Oliveira, participou no dia 19/06 último, de reunião do Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CAL/CNI), em Brasília. O encontro, conduzido pelo goiano Paulo Afonso Ferreira, presidente do CAL, teve como convidado o deputado federal Osmar Terra, relator da Medida Provisória nº 832, que trata da política de preços mínimos para fretes rodoviários, o polêmico tabelamento, que vem sendo objeto de muitos questionamentos e prejuízos em vários segmentos do setor produtivo.
Durante a reunião, Osmar Terra recapitulou o processo de negociação entre governo federal e caminhoneiros, que culminou na edição da MP, no fim de maio. Ele defendeu a tabela como medida necessária para pôr fim à greve e para restabelecer uma situação de estabilidade no país e relatou que as próximas semanas serão de negociações no Congresso Nacional para a construção de uma proposta que, conforme apontou, seja fruto de diálogo. “A minha intenção é trabalhar por um acordo, com ninguém saindo prejudicado nessa questão”, disse.
A CNI apresentou algumas conclusões de levantamento feito com federações estaduais e associações da indústria. A estimativa é de que o aumento médio no custo do frete para a indústria será de 38%, mas há casos em que a elevação no preço chegará a 250%. De forma geral, os setores mais impactados são aqueles de mercadorias de baixo valor agregado – como commodities agrícolas ou agregados para a construção civil –, nos quais o frete tem grande participação no preço final do produto. Para o consumidor final, a expectativa é de alta de 7,8%, em média, nos preços.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), João Dornellas afirmou que a tabela não é a melhor opção para solucionar o problema. Ele relembrou que, por falta de transporte, foram descartados mais de 300 milhões de litros de leite e que as empresas terão elevados custos para absorver por conta da paralisação e da política de preços mínimos. “Pesquisa que fizemos mostra um aumento médio de 29% no frete. A indústria não pode sofrer esse impacto do jeito que ele está colocado hoje”, disse.
O deputado ouviu relatos e fez ponderações sobre a situação e as discussões que ocorrerão no Congresso Nacional, nos próximos dias. Ele assegurou que a CNI e setores da indústria serão ouvidos durante a tramitação da MP 832, assim como os demais afetados na questão. “Temos a obrigação de tentarmos resolver isso o mais rápido possível para não voltarmos a uma situação de dificuldade geral”, explicou.
Para Wilson de Oliveira, é de fundamental importância que o setor produtivo esteja presente no debate sobre a MP 832, pois ela tem se mostrado muito danosa e, por isso, requer uma análise mais profunda do seu impacto para a economia, em especial, no setor de alimentação, no qual atua e tem sentido a preocupação por parte dos empresários do setor. (Com informações da CNI)