A segunda reunião da Comissão Baiana da Cadeia Produtiva do Leite, criada no mês passado, foi realizada nesta terça-feira (12), na sede do Sistema Faeb, em Salvador. As propostas elaboradas pelo Grupo de Trabalho e Planejamento, estabelecido na primeira reunião, foram apresentadas pelo secretário executivo da Comissão, Luiz Sande. Entre as proposições, ficou acordado que, inicialmente, será desenvolvido um Plano Piloto de Ações Integradas nos municípios de Ruy Barbosa, Marcionílio Souza, Queimadas, Baixa Grande, Ipirá, Santa Luz, São Domingos e Valente.
Ficaram definidas também algumas ações prioritárias, como a relocação de tanques de resfriamento de leite já existentes para locais com maior potencial produtivo e a implantação de novos; a proposição de ações integradas em áreas onde já existem laticínio; o levantamento da situação tributária da Cadeia Produtiva do Leite; e a reativação do laboratório da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) - a Bahia, atualmente, não possui nenhum laboratório de análise de leite em funcionamento. Outras ações também foram discutidas na reunião, que foi conduzida pelo vice-presidente da Comissão, Marcelo Matos.
“Nessa reunião já colocamos em prática o que foi pontuado como objetivo maior desta Comissão no último encontro, que é fazer a integração de toda a cadeia produtiva do leite, envolvendo o setor privado e o governo. Nós já estamos começando a elaborar um planejamento, agregando as ações já existentes de cada instituição voltadas para a cadeia do leite, para que possam acontecer de forma sincronizada. Para isso foi elaborado um mapa mostrando quais são e onde estão acontecendo essas ações. A Comissão foi criada há pouco mais de um mês, mas já dá demonstrações do peso e da importância que a cadeia tem para a Bahia”, ressaltou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda.
O secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR), Jerônimo Rodrigues, destacou que “essa agenda de articulação de políticas públicas, com parcerias importantes, envolvendo toda a cadeia produtiva do leite, é fundamental para formar uma grande rede para fortalecer a produção leiteira e fazer com que a Bahia seja um exportador do produto”. Opinião endossada pela secretária da Agricultura do Estado (Seagri), Andréa Mendonça. “A criação da Comissão é muito importante para que possamos transformar a cadeia produtiva do leite num grande agronegócio, com a criação de indústrias de leite. Assim, além de suprir o consumo interno, também poderemos exportar a nossa produção”. Ela ainda sugeriu que fosse discutida a criação de “um parque temático do leite, reunindo laboratórios, inovação, pesquisa e tecnologia para essa cadeia produtiva”, afirmou.
Além do Sistema Faeb/Senar, SDR e Seagri, também fazem parte da Comissão o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-BA); Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite); Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan); Secretaria da Justiça e Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS); Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Associação Baiana dos Supermercados (Abase); Associação Brasileira dos Criadores de Girolando; Bahia Leite; Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste); Universidade Federal da Bahia (Ufba); Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb); Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (Oceb); Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite); e Sindi-BA.
A Comissão
O objetivo principal da Comissão é tornar a Bahia autossuficiente na produção de leite (atualmente há um déficit de 1,3 bilhão de litros por ano para consumo interno da população). A meta também é promover a modernização gerencial e tecnológica da cadeia, incentivar o cooperativismo, o empreendedorismo e fortalecer a integração econômica e produtiva do leite. Dessa maneira, será possível aumentar a geração de emprego e renda, promovendo a fixação do homem no campo.
Produção
A Bahia tem o sétimo maior rebanho de vacas ordenhadas do Brasil (880 mil vacas) e produz 858 milhões de litros de leite/ano, o que é equivalente a 2,55% da produção nacional. O estado é o maior produtor de leite do Nordeste, com 22,8% de participação regional. No entanto, ainda apresenta produtividade de vaca por lactação de 975 litros vaca/ano, número inferior em comparação aos estados do Ceará, Sergipe, Alagoas e Pernambuco (a média nordestina é de 1076 litros por vaca/ano).
Fonte: Ascom Sistema FAEB