Maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil deve aumentar o seu protagonismo no setor nos próximos anos. De acordo o USDA, o país é o único capaz de atender à crescente demanda do mercado asiático, sobretudo a da China.
Os americanos acreditam que a demanda dos chineses por carne deve crescer consideravelmente nos próximos anos e que em 2020 o país importe mais de 1,5 milhão de toneladas equivalente carcaça. O apetite chinês já pode ser visto no desempenho das exportações brasileiras de carne no primeiro trimestre desde ano.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), os chineses representaram 46,1% das exportações de carne brasileira nos três primeiros meses do ano. “A China tem sido primordial nos embarques neste ano, ajudando a reduzir os impactos do embargo russo”, destacou a analista de mercado da Scot Consultoria, Isabella Camargo, acrescentando que o desempenho dos embarques tem ajudado a equilibrar os preços da arroba no mercado interno, uma vez que a queda no consumo tem pressionado as cotações.
O aumento da participação da China nas exportações vai de acordo com as projeções de que os embarques para o gigante asiático devem crescer pelo menos 50% neste ano, chegando perto de US$ 1,5 bilhão. Além da China, o USDA destaca que outros blocos devem incrementar suas importações em curto espaço de tempo, como Oriente Médio e Norte da África (Mena – na sigla em inglês), onde estão países como Kuwait, Egito, Emirados Árabes e Arábia Saudita.
A expectativa é que o bloco importe 1,1 milhão de toneladas em equivalente carcaça neste ano. Com a demanda dos blocos árabe e asiático aquecida, o USDA acredita que apenas o Brasil tem capacidade para atender esses mercados, já que grande parte dos exportadores, como EUA, Austrália e Argentina sofreram quedas significativas em seus rebanhos nos últimos anos em função de problemas de estiagem.
De acordo com os americanos, o Brasil assumiu o posto de maior exportador de carne do mundo no ano passado, quando embarcou mais de 1,8 milhão de toneladas em equivalente carcaça ao exterior. A previsão é que o país exporte 2 milhões de TEC já em 2018 e chegue a 2,1 milhões de toneladas em 2020, caso não sofra nenhum outro escândalo sanitário ou de qualidade de carne como no ano passado.