Evento, realizado nesta sexta-feira (23), reuniu autoridades locais, parlamentares e representantes do setor da construção civil do Norte e Nordeste
Manaus - O Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção (FNNIC) reuniu cerca de 120 pessoas em Manaus, na última sexta-feira (23). No evento, que tem como objetivo discutir problemas a possível melhorias para o mercado imobiliário das duas regiões, estiveram presentes autoridades locais, parlamentares e representantes do setor da construção civil do Norte e Nordeste.
A edição na capital do Amazonas foi organizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) e Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM) e ocorreu na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O evento contou com palestras sobre o logística da região, mercado imobiliário regional frente ao mercado imobiliário nacional e financiamentos para habitação.
Na abertura, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, destacou, entre outros assuntos, a segurança jurídica. Ele também defendeu investimentos para o setor e a necessidade de discutir problemas por regiões.
"Quando se faz um evento desse tipo é para discutir problemas específicos, para vocês colocarem à tona os seus problemas, as suas demandas, a sua realidade. Lá por Brasília, tentamos harmonizar tudo, mas aqui são coisas específicas das regiões Norte e Nordeste, que têm suas peculiaridades, têm seu jeito", disse.
Paulo Antunes, diretor de Habitação da Caixa Econômica Federal (CEF), afirmou que a entidade tem R$ 82 bilhões aprovados para este ano, e que esse valor pode aumentar, em razão da necessidade de movimentar a economia.
Para Antunes, é preciso fomentar a necessidade de moradia como prioridade na vida das pessoas, para que sejam consumidoras em potencial. "Muitas pessoas não passam pela análise de risco, da capacidade de pagamento, porque o nível de endividamento já não permite ela contrair o financiamento do maior bem que ela poderia pretender e, muitas vezes, ela nem vai buscar o crédito porque já sabe o nível de endividamento que tem", disse.
O evento contou com a presença do deputado federal Pauderney Avelino (DEM). Segundo o parlamentar, o legislativo tenta aprovar o texto de um Projeto de Lei (PL) para tentar resolver questões envolvendo distratos. "Há um projeto que está na Comissão de Justiça do Senado Federal, de autoria do senador Romero Jucá, e nós temos que o resultou da negociação com o governo sobre a medida provisória do distrato", disse.
Novo comando
Durante o evento, houve troca de comando na presidência do Fórum. Fábio Nahuz passou a presidência para Lecy Garcia. Nahuz é natural de São Luís, Maranhão. Engenheiro elétrico, formado pela Universidade Federal do Maranhão, é também empresário da construção civil, e preside, pela segunda vez, o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Maranhão (Sinduscon Maranhão). Ele também é vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e estava na sua segunda gestão à frente do Fórum.
"Nós não temos só problemas, nós temos também soluções. E gente se sente muito honrado, efetivamente, de ter conduzido o Fórum durante esses três anos. E ter podido dar uma fomentada: as reuniões passaram a ser mais frequentes e o Fórum tem um grande trabalho a ser prestado a todo o sistema da construção do Brasil", ressaltou Nahuz, em seu discurso.
Lecy é nortista, filha de pais Nordestinos, com formação acadêmica em Gestão e Desenvolvimento e Especialização em Estratégia e Desenvolvimento Empresarial Sustentável. É diretora-executiva e sócia da Síntese Moradia e Construções, sediada no Estado do Pará. É diretora de Relações do Trabalho no Sinduscon-PA e já foi superintendente do Sebrae-PA, por dez anos.
Em seu discurso, a nova presidente destacou que Norte e Nordeste representam, juntos, mais de 50% do território nacional, mas também ocupam o primeiro e o segundo lugar como os piores IDHs do país. "Não dá mais para esperar. Que definam os rumos das nossas regiões. E isso cabe a cada homem e mulher que acredita que pode e que é possível construir. O país tem débito com as regiões Norte e Nordeste. Nós sabemos o que queremos, nós (Norte e Nordeste) precisamos nos unir e esquecer todas as diferenças", disse Lecy Garcia.
Próximos passos
Ao final do evento, os representantes de entidades do setor discutiram os próximos passos do Fórum. Entre as discussões, ficou definida a criação de um grupo para reunir propostas de entidades do Norte e Nordeste. As propostas serão enviadas ao Ministério das Cidades, no prazo de dois meses.