Com mobilização do sindicato, Secretaria de Meio Ambiente lança, na empresa Areal Conquista, aplicativo que permite proteger fauna de atropelamentos
A fim de contribuir para a preservação ambiental, da qual depende toda a atividade de extração mineral, o presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Areia, Argila e Laterita do Estado do Acre (Sindmineral/AC), João Paulo de Assis Pereira, entrou em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para lançar oficialmente no estado o aplicativo “Sistema Urubu” e materiais didáticos de conscientização para a prevenção de atropelamento de animais silvestres nas estradas. O evento foi realizado na manhã desta quarta-feira, 30 de novembro, na empresa Areal Conquista, que fica localizada na Área de Proteção Ambiental do Amapá (APA Amapá).
“Estamos muito felizes de fazer parte dessa iniciativa. A maioria dos nossos empreendimentos está estabelecida aqui na APA Amapá. E, mesmo os que não estão aqui, estão ao longo do rio Acre. Como a nossa atividade está totalmente ligada ao meio ambiente, a preservação é algo imprescindível para que ela tenha continuidade”, declarou João Paulo de Assis Pereira. “Para nós, é uma honra e gostaríamos de fazer outras parcerias, ter esse bom relacionamento com os órgãos ambientais, pois é muito importante que a sociedade tenha conhecimento de que nós trabalhamos em total harmonia com o meio ambiente”, completou.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Áreas Protegidas e Biodiversidade da Sema, Cristina Lacerda, o lançamento do aplicativo faz parte de um evento maior chamado de “Dia Nacional do Urubuzar”, que é uma ação coordenada pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE/Ufla), cuja primeira edição foi em 2014. O objetivo é realizar um evento, no maior número possível de locais (pontos focais), envolvendo diferentes segmentos da sociedade com dois focos principais: conscientizar a população sobre os impactos ambientais decorrentes de infraestrutura viária e fornecer uma ferramenta (Sistema Urubu) que transforma cada pessoa em um colaborador da redução dos impactos.
Até então, o Acre ainda não possuía registro de dados estatísticos no sistema. “É uma alegria realizar essa parceria com o Sindmineral, que sempre foi nosso parceiro desde a criação desta APA. A ideia do projeto se chamar ‘urubu’ é fazer uma alusão à ave, pois sempre que tem um animal morto vemos elas rodeando aquele local. E nós faremos esse papel ao fotografar um animal silvestre morto por atropelamento na estrada”, explica Lacerda.
A gestora da APA Amapá, Mirna Caniso, complementa informando que a ação visa propor programas e políticas para mitigar ou minimizar essas fatalidades, como construir passagens subterrâneas ou interligações aéreas para facilitar a travessia dos animais. “A intenção é que cada pessoa que use o aplicativo se torne um pesquisador, porque essas pesquisas são feitas a partir das imagens que são enviadas”, endossa.
A presidente da Associação dos Moradores do Amapá, Terezinha Santana da Silva, manifestou sua satisfação com a participação do setor empresarial no projeto. “João Paulo está de parabéns por fazer parte dessa iniciativa. O mais importante da comunidade é o ser humano – protegendo fauna e flora, mas que seja pensando na qualidade de vida das pessoas e procurar envolver a comunidade e estimular para que participe e tome decisões maduras para não se lamentar no futuro”, destacou.
O Sistema Urubu está disponível gratuitamente para os Android e iOS. Seu uso é muito simples. Ao encontrar um animal atropelado, o usuário tira uma foto usando o aplicativo, enviando o arquivo em seguida para o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE). Lá, a equipe reúne todos os dados enviados para fazer a análise dos pontos vulneráveis e propor mudanças para reduzir atropelamentos.
O sistema é pioneiro no Brasil e faz parte de uma nova geração de ações conservacionistas. Cada pessoa, tendo este aplicativo em mãos tem o poder de fazer a diferença. Quanto mais pessoas para “urubuzar”, mais exatos serão os dados e as medidas que podem ser tomadas. Assim, cria-se uma rede em que as atividades têm um impacto real na proteção dos animais silvestres.