POK presenteia a capital potiguar com olhos coloridos e expõe em Paris
07/08/2017
Por: Anayde Góis - Singraf / ASSECOM
O artista, natual de Natal/RN, já pratica o graffiti à 6 anos e vem conquistando a todos com os seus olhos coloridos e expressivos que observam a cidade
Com apenas 27 anos, o potiguar Kéfren de Lima Silva, mais conhecido como Kéfren Pok, presenteia Natal/RN com a sua arte urbana. Formado em Design gráfico, Pok mora em Macaíba - município brasileiro situado no estado do Rio Grande do Norte – e trabalha na parte administrativa de uma indústria frigorífica.
Bastante conhecido pelos olhos psicodélicos que estampam a capital potiguar, Kéfren pinta as ruas desde o ano de 2010. “Eu sempre tive esse olhar para a rua em geral, a estética que a rua tem e tudo que ela nos proporciona, mas ficava apenas observando. Quando eu estava cursando Design Gráfico, participei de uma oficina de Graffiti e, a partir disso, comecei a sair para pintar nos finais de semana com amigos”, conta o artista.
Kéfren relata que sempre utiliza cores vibrantes, mas sem preferências, e que acredita que as ruas já possuem cores muito escuras. A ideia dos olhos em sua arte começou a ser aplicada após observar várias possibilidades de brincar com a cidade e com os elementos que ela proporciona. “O objetivo é colocar arte onde não tem e proporcionar uma troca de olhares e questionamentos para quem está transitando”, explica. Além dos tão conhecidos “olhos de Pok”, o artista também utiliza traços e linhas, simbolizando coisas juntas e apertadas que representam caminhos abstratos.
Ao ser questionado sobre a diferença de pichação e graffiti, Kéfren explica que a pichação é caracterizada por utilizar somente letras que usam uma única cor, enquanto o graffiti possui desenhos e – na maioria das vezes – faz o uso de várias cores. O artista também conta que já foi discriminado por sua arte, por existir uma visão que criminaliza esse tipo de manifestação artística.
Recentemente, Pok foi convidado para expor na Galerie d’Art de Crétei, localizada em Paris. O convite surgiu após a sua primeira exposição individual no início do ano de 2016, por meio da Associação Franco Brasileira de Arte Urbana “PIXO”. A associação é composta por Arthur Little e Agathae Montecinos, que residem na capital francesa e elaboraram todo o cronograma da viagem de Pok. O artista passou 21 dias na frança e realizou 3 exposições – sendo 2 individuais e 1 coletiva -, 2 aulas ministradas nas escolas Aimpe Césarie e Sarrarsins e duas intervenções de rua. Nas aulas, crianças aprenderam um pouco sobre a biografia de POK e realizaram atividades baseadas nos desenhos do artista, além de aprenderem sobre Lambe-Lambe e stencil.
Para Kéfren, a mensagem que ele quer passar a todos que estão iniciando no graffiti é que "cada um deve fazer o que gosta. Sair pra rua e sentir o que essa arte te traz de bom, tanto pessoal e profissionalmente, é maravilhoso. As coisas são difíceis de se conseguir, mas só depende de cada um", e complementa "me dediquei muito e abdiquei de muitas coisas para poder seguir em frente no graffiti e arte em geral. Temos que continuar com essa caminhada, pois a rua precisa de nossos trabalhos. A arte urbana já ganhou vários espaços no Brasil e no mundo mas, para isso, é preciso nunca esquecer de todo o começo e que a rua foi e sempre vai estar presente", finaliza.