Natel Moraes
Presidente da Associação Nacional da Indústria de Cerâmica (Anicer)
Natel Henrique Faria de Moraes conhecido como Natel Moraes - natural de Cornélio Procópio/PR - tem 38 anos, é casado, pai de duas meninas e é diretor executivo do Grupo CCGCT. Formado em Direito pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da região do Pantanal (Uniderp), atua no ramo da indústria de cerâmica há 15 anos e, além da presidência da Associação Nacional das Indústrias de Cerâmica (Anicer), integra a presidência do Sindicer/MS.
Atualmente morando na cidade do Rio Verde de Mato Grosso – localizada no Mato Grosso do Sul – Natel Moraes costuma não ter muitos momentos de lazer por conta do seu forte compromisso com a Indústria de Cerâmica brasileira, mas, quando lhe resta alguns momentos livres, gosta de andar de moto, frequentar praias e assistir filmes com a esposa. Entre as suas frases favoritas, Natel cita Abraham Lincoln, que diz: “Para você que está chegando agora, criticando o que está feito, deveria estar aqui na hora de fazer. Não sejas um especialista em usar a crítica ao que está feito como pretexto para nada fazer. Assina, aquele que fez, quando no momento de fazer, não sabia-se como”.
Como presidente da Associação Nacional das Indústrias de Cerâmica (Anicer), Natel Moraes afirma que quando assumiu essa responsabilidade começou a observar o quanto a Associação é grandiosa e o tamanho do peso que ela tem diante dos governos estadual e federal, do Sebrae, CNI, Caixa Econômica Federal entre outras instituições públicas e privadas. Natel afirma que a Anicer tem uma força muito grande, que precisa direcionar pra resolver problemas nacionais e trazer benefícios e desenvolvimento para o setor de cerâmica vermelha brasileiro. Confira a entrevista!
1. Como foi a trajetória para chegar ao cargo que exerce hoje?
Olha, até hoje não acredito que cheguei a presidência da Anicer. Foi algo muito rápido. Os presidentes de sindicatos sentiram muita confiança em mim. Certo dia, meu amigo “Chico Xavier”, me ligou e disse: “tú se prepara, pois vai ser presidente da Anicer”. No momento fiquei mudo, expliquei para ele minha visão e disse que no Encontro de Porto Alegre, conversaríamos. Depois, falei com meu pai, Olavo Striquer, e com um grande amigo, que posso dizer que é o meu segundo pai, Durval Pedro. Expliquei o que poderia acontecer e como a minha vida iria sofrer mudanças. Ambos me apoiaram e ficaram felizes, então, resolvi aceitar o desafio. No Encontro, fizemos uma reunião e nela já ficou certo o meu nome para presidente, o do João Neto, para vice-presidente e o do Sandro Silveira, para diretor de Relações Institucionais. Mas, tudo de maneira muito tranquila para a transição. Agora, estamos na luta por uma Anicer cada vez melhor.
2. Quais os maiores desafios como presidente da Associação Nacional da Indústria de Cerâmica (Anicer)?
Trazer novos associados e reestruturar a parceria com a Anfamec – onde, diga-se de passagem, já evoluímos muito este diálogo.
3. Qual a importância da Anicer para a indústria de cerâmica vermelha no Brasil?
Quando olhamos de fora, não temos a dimensão do que é a Anicer. Quando assumi, pude ver o tamanho do peso que nós temos diante dos governos estadual e federal, do Sebrae, CNI, Caixa Econômica Federal, entre outras instituições públicas e privadas. A Anicer tem uma força muito grande, que precisamos direcionar para resolver nossos problemas nacionais e trazer benefícios e desenvolvimento para o setor de cerâmica vermelha brasileiro. Hoje, eu posso afirmar que a Anicer é uma instituição muito importante para o nosso segmento.
4. Como o senhor analisa o atual momento vivido pela construção civil no Brasil? O setor ainda pode ser visto como um dos principais motores da economia do país?
É uma situação dramática. A construção civil do país cortou 31,1 mil postos de trabalho em julho, o que significa queda de 1,13% no nível de emprego em relação a junho. As maiores quedas ocorreram no Nordeste (-1,55%), seguido pela Região Sudeste (-1,42%). Essa foi a 22ª baixa consecutiva no saldo entre contratações e demissões do setor, que tem atualmente 2,73 milhões de trabalhadores. No acumulado de janeiro a julho, foram fechadas 170,3 mil vagas. Em 12 meses, o número de empregos suprimidos soma 468,8 mil. Executivos das maiores empreiteiras do Brasil quando não estão presos, estão em uma maratona judicial. As duas gigantes do setor, a OAS e a Galvão Engenharia, em processo de recuperação judicial. Com certeza, no setor cerâmico não é diferente. Tivemos queda expressiva na produção, empresas fecharam suas portas, enfim, um cenário muito difícil. Mas, vejo que depois do impeachment, o presidente Michel Temer, tem em seus discursos citado que a construção civil é uma grande geradora de emprego. Além disso, Temer vem dando sinais, juntamente com Ministro das Cidades, Bruno Araújo, que vai dar uma forte atenção para a construção civil. Então, só nos resta esperar e torcer para que o setor volte a aquecer.
5. Quais os principais projetos que a Anicer se propõe realizar durante a sua gestão?
Manter o nome da Anicer cada vez mais forte no cenário nacional e integrar o setor, unindo e fortalecendo as associações, sindicatos e demais entidades governamentais e privadas que já vêm desenvolvendo a nossa indústria. Hoje, temos mais de sete mil empresas em todo o país. Este poder de difusão das ações é imprescindível para o crescimento contínuo de todo o setor cerâmico, fortalecendo assim, o nosso produto cerâmico.
6. 2016 para a Associação Nacional da Indústria de Cerâmica?
Ano de muitos ajustes dentro da Anicer. Passamos por muitas dificuldades, mas conseguimos chegar ao fim deste ano, com a sensação de que estamos no caminho certo.
7. Expectativas do setor de cerâmica para o ano de 2017
Sempre temos em mente que ano novo é vida nova! É assim que vamos trabalhar, com foco no futuro, mas sempre lembrando do passado. Tenho a sensação que para nós, da construção civil, caso não haja nenhuma mudança, ainda acredito que teremos uma leve retomada já em março de 2017 e um segundo semestre promissor.
8. Quais são as estratégias de aproximação da associação com os sindicatos das indústrias de cerâmica vermelha?
Nossa maior estratégia é a transparência. A Anicer é do ceramista, não importa o tanto que ele produz, basta ser ceramista, oleiro ou como queiram chamar. Mas, hoje estamos trabalhando muito para que venham novos associados. Sabemos que em ano de crise é difícil investir em associativismo, mas aos poucos os ceramistas estão vendo a importância do trabalho da Associação. Os problemas do setor estão em curso o ano inteiro, não pararam durante a crise, por isso, é importante investir na instituição que dá voz aos empresários-ceramistas. Trata-se de uma conquista do segmento, não podemos minimizar a importância do trabalho da Anicer, pelo contrário, precisamos nos unir cada vez mais.
9. Quais as vantagens de ser um associado da Anicer?
Os integrantes da Anicer têm direito a descontos em eventos e serviços desenvolvidos pela Associação, como o Encontro Nacional. Valores mais baixos para participação no Programa Setorial da Qualidade (PSQ). Recebem gratuitamente informações técnicas e especializadas, através dos nossos veículos de comunicação online e da Revista da Anicer. São beneficiados através dos convênios e das parcerias realizadas com instituições brasileiras e internacionais para intercâmbio de conhecimento e novas tecnologias. Além disso, o sócio também conta com destaque em nosso portal. Os dados da empresa associada são adicionados à página, que permite consultas e viabiliza negócios com quem navega em nosso site.
10. O Sindicato das Indústrias de Cerâmica Vermelha para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN) tem a preocupação, juntamente aos seus associados, em investir em ações que estimulem a legalidade e qualidade dos produtos. A Anicer possui projetos atuais com essa finalidade?
A Anicer já trabalha em prol de um grande programa de qualidade, que é o PSQ, do Governo Federal. Nós vamos continuar trabalhando muito forte para este projeto. Sabemos que teremos algumas barreiras, pois quando falamos para o empresário fazer produto com qualidade e dentro dos padrões da Norma, ele já relaciona esta ação com o custo. Então, primeiro temos que conscientizar os ceramistas para a necessidade de ter qualidade em nossos produtos, devido às exigências do próprio mercado e das normas qualificadoras; segundo, temos que fazer com que a nossa qualidade seja reconhecida e valorizada, cobrando a responsabilidade das instituições que ainda aceitam produtos fora da Norma e fazendo valer os nossos direitos de empresários sérios e comprometidos com o desenvolvimento do setor.