Estudo aponta que leite é uma das fontes mais baratas de nutrientes que existem
26/06/2017
Por: Cenário Agro
“A ideia do projeto surgiu em 2012 quando participei do Congresso Internacional de Lácteos, na África do Sul, ocasião em que foi apresentado um programa parecido. A pesquisa fazia um estudo comparativo, em termos nutricionais e econômicos, com comida de rua, largamente consumida por lá, e produtos lácteos”, conta Kennya Siqueira, engenheira de alimentos com doutorado em economia aplicada e também pesquisadora da Embrapa Gado de Leite. “Voltei pro Brasil e, em conversa com colegas, vimos que havia uma demanda deste tipo na área de nutrição associada à economia por aqui”, completou.
No final de 2015, uma equipe da Embrapa Gado de Leite em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) iniciou uma pesquisa para analisar o custo benefício dos lácteos, em termos econômicos e nutricionais em comparação a outros produtos típicos da dieta brasileira. “Hoje no Brasil, um dos fatores que tem maior influência na escolha alimentar das pessoas ainda é o preço”, diz a pesquisadora.
O estudo utilizou como base a tabela nutricional e os produtos listados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009 do IBGE. Foram investigados 443 produtos, entre alimentos e bebidas, consumidos pelos brasileiros. Destes, 43 eram produtos lácteos. “Fizemos a coleta de preços em abril e em outubro de 2016. Foram coletados os menores preços de todos os produtos em 16 supermercados virtuais de 10 estados brasileiros”, informa Kennya.
“Selecionamos oito nutrientes essenciais para a saúde humana (proteína, cálcio, fibra, ferro, vitaminas A, C, D, E) e para cada um deles foi feito um ranking”, explica a pesquisadora. De acordo com a especialista, a seleção desses nutrientes foi baseada na definição de alimento saudável da agência americana Food and Drug Administration e também nas deficiências nutricionais da população brasileira, segundo o IBGE. Foi considerado ainda o atendimento de 30% das recomendações diárias de um adulto saudável.
“Os resultados nos mostraram que os produtos lácteos, além de fazerem bem para saúde, têm custo baixo”, diz. O estudo apontou que a maioria dos produtos lácteos supre as necessidades de um indivíduo a um custo inferior a R$ 5,00. O leite integral, por exemplo, pode suprir 30% das necessidades de cálcio de um adulto saudável ao custo de R$ 0,97.
Os derivados do leite também ocuparam as primeiras posições no ranking de custo da vitamina D e obtiveram boa colocação no ranking de proteína e vitamina A. Quanto à proteína, o leite integral perdeu apenas para carnes, amendoim moído e ovo de galinha. Em relação à vitamina A, o lácteo mais bem colocado foi o creme de leite, seguido pelo leite em pó desnatado, leite semidesnatado, manteiga e requeijão. A tabela traz que o custo para se adquirir 30% das necessidades diárias de vitamina A com derivados lácteos é de menos de R$ 2,00. Com o mesmo valor, adquire-se também 30% de vitamina D, consumindo leite pasteurizado, integral, semidesnatado e desnatado; ou leite em pó (desnatado e integral).
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