Em ajustes, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de quinta-feira (25) após registrarem baixa por três sessões consecutivas. O mercado repercutia as informações de ampla oferta na safra 2017/18 e o câmbio. O contrato julho/17, inclusive, fechou abaixo de US$ 1,30 por libra-peso na véspera. Do lado baixista, pesa sobre o mercado as condições climáticas que afetaram a colheita do país nos últimos dias.
Por volta das 09h03 (horário de Brasília), o contrato julho/17, referência de mercado, registrava 128,95 cents/lb com alta de 40 pontos, o setembro/17, estava cotado a 131,35 cents/lb também com valorização de 40 pontos. Já o vencimento dezembro/17 subia 25 pontos, a 134,75 cents/lb, e o março/17, mais distante, tinha alta 30 pontos e estava sendo negociado a 138,25 cents/lb.
No Brasil, também por volta das 09h40, o tipo 6 duro era negociado a R$ 450,00 a saca de 60 kg em Espírito Santo do Pinhal (SP) – estável, em Guaxupé (MG) os preços também seguiam estáveis a R$ 460,00 a saca e em Poços de Caldas (MG) estava sendo cotado a R$ 442,00 a saca. Os negócios seguem isolados nas praças de comercialização do país, apesar de algumas transações serem vistas na semana passada.
"Quanto ao ritmo de negócios, permanece lento no mercado físico, devido à retração vendedora e também às incertezas econômicas e políticas no Brasil", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
Veja como fechou o mercado na quarta-feira:
Café: Bolsa de Nova York completa terceira queda consecutiva nesta 4ª e julho/17 fica abaixo de US$ 1,30/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam do lado vermelho da tabela pela terceira sessão consecutiva, com baixas de mais de 150 pontos sendo registradas nos principais vencimentos. O mercado repercute as informações sobre a oferta do grão na safra 2017/18, o câmbio e, em menor intensidade, as chuvas que atrapalharam a colheita em algumas áreas do Brasil.
O contrato julho/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 128,55 cents/lb com queda de 170 pontos, o setembro/17 registrou 131,00 cents/lb com recuo de 165 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 134,50 cents/lb e desvalorização de 165 pontos e o março/18, mais distante, caiu 160 pontos, fechando a 137,95 cents/lb.
Essa baixa de mais de 150 pontos nos principais vencimentos fez com que o vencimento julho/17 ficasse abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado segue repercutindo informações dos últimos dias de maior otimismo em relação à safra global 2017/18 do grão. O câmbio também contribui para as baixas do mercado, pois impacta as exportações.
"É impossível para o café ter forças de fazer um movimento acentuado de alta dentro deste cenário, ainda que tecnicamente na sexta-feira a performance tenha sido positiva. O grau de incerteza que vai rondar o Brasil pode servir de alento para uma eventual compensação de perdas do contrato "C", via o enfraquecimento do real, permitindo que o produtor consiga receber o mesmo tanto de reais por saca", explicou em relatório o analista de mercado e diretor da Comexim, nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou na sexta-feira, em relatório, que a produção do Brasil deve ficar em 52,1 milhões de sacas neste ano. O número representa uma queda de 4 milhões de sacas ante a safra anterior. O adido traz que as "floradas adequadas e condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras provavelmente vão contribuir para boas produtividades", mesmo em ciclo de bienalidade negativa.
O câmbio também atuou como fator baixista na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,39%, cotado a R$ 3,2791 na venda, com investidores ainda atentos à cena política no Brasil, mas apostando que isso não impacte a tramitação de importantes reformas no Congresso. A moeda mais alta em relação ao real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.
Apesar da baixa, o mercado segue atento às informações que, teoricamente, seriam motivos para altas. Chuvas que afetaram a colheita do grão em importantes regiões produtoras, conforme reportamos no início da semana, e isso pode afetar a secagem do produto e também prejudicar a qualidade, que tem impacto no momento da comercialização.
Informações reportadas pela agência de notícias Reuters na segunda-feira também dão conta que a indústria de café está atenta à oferta apertada do grão na Colômbia, o maior produtor mundial de arábica de alta qualidade, diante de uma greve no Porto de Buenaventura. As chuvas intensas já prejudicaram a colheita no país.
Mercado interno
Os preços internos do café estão em alta, refletindo a recente valorização do dólar frente ao real. Ainda assim, os negócios seguem acontecendo de forma pontual mesmo com algumas amostras da colheita da safra 2017/18 chegando ao mercado. "Quanto ao ritmo de negócios, permanece lento no mercado físico, devido à retração vendedora e também às incertezas econômicas e políticas no Brasil", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Guaxupé (MG) (-0,99%), ambas com saca cotada a R$ 500,00. A cidade mineira teve a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (+2,13%) e Varginha (MG) (+1,05%), ambas com 480,00 a saca. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP).
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (Mg) (estável), Franca (SP) (+2,17%) e Varginha (MG) (estável), ambas com saca a R$ 470,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP).
Na terça-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 453,75 e queda de 0,24%.