Não dá para imaginar nos dias atuais um bom supermercado, seja de pequeno, médio ou de grande porte, que não ofereça uma padaria de qualidade, uma vez que a seção atrai clientes para a loja e é um importante termômetro para medir a qualidade do estabelecimento.
Porém, para atender à demanda dos consumidores, adequar-se ao tamanho ou, muitas vezes, à falta de espaço na loja para abrigar a padaria – condições essas aliadas à escassez de mão de obra qualificada em panificação – a opção de muitos supermercados tem sido oferecer no setor produtos pré-fabricados, sejam eles congelados ou mesmo industrializados. No caso dos pães, é comum hoje, na operação de qualquer rede de varejo, trabalhar com os produtos com essas características.
A ideia de trabalhar com pães congelados, por exemplo, não é nova, mas pode-se dizer que atingiu a maturidade recentemente com a contribuição de dois importantes fatores. O primeiro é a tecnologia dos fornos disponíveis no mercado, que permitiram a produção com custo e qualidade, mesmo em espaço menores. Tais equipamentos modernos, com controles precisos de temperatura, umidade e tempo, aumentam a chance de êxito de obter a qualidade no produto final oferecido no ponto de venda.
Outro fator que também tem gerado impacto direto no crescimento da categoria no varejo, principalmente em relação ao pão congelado, é o desenvolvimento tecnológico da cadeia de frios. “Pode-se incluir as técnicas de preparo do produto, o congelamento, os equipamentos, as embalagens, a armazenagem e até o descongelamento como procedimentos que viabilizam a operação no setor”, afirma o especialista em comércio varejista do Sebrae-SP Rodrigo Palermo de Carvalho.
Por esses e outros fatores, as fabricantes de pães congelados ou mesmo industrializados têm crescido o faturamento e a variedade oferecida ao setor varejista. O Relatório de Inteligência do Sebrae, realizado em maio de 2015, sobre a categoria de pães congelados, apontou que o faturamento desses produtos em 2013 foi de R$ 11,3 bilhões, sendo que a panificação estava presente naquele momento em 8% do mercado mundial de comida congelada. A estimativa, segundo o estudo, é de que o mercado mundial de panificação congelada atinja R$ 32,5 bilhões até 2018, com um crescimento médio de 7,1% ao ano, entre 2013 e 2018.
Já dados levantados pela Kantar WorldPanel sobre pães industrializados no primeiro semestre de 2016 – em comparação ao primeiro semestre de 2015 – aponta o desenvolvimento da categoria dividido entre as regiões brasileiras. Avaliando os resultados na região que engloba São Paulo capital e Grande São Paulo, o consumo de pães brancos cresce, assim como o dos tipos especiais e integrais. Também crescem as vendas de embalagens de 451 a 500 gramas, enquanto as de 251 a 300 gramas perdem espaço na preferência do consumidor nesses locais. Entre os consumidores que mais contribuem para o crescimento da categoria nessa região estão pessoas entre 30 e 39 anos; seguidos por lares que abrigam entre três e quatro ocupantes, famílias de classe A e B, além de casal com criança pequena em casa. (Ver resultados de outras regiões na página 48.)
Mão na massa
De olhos nas oportunidades que surgem com o crescimento da demanda, em relação à venda dos pães congelados ou mesmo industrializados nos supermercados, as fabricantes, além de inovar a categoria, trabalham em busca de acompanhar tendências como a da saudabilidade, por exemplo. Entre essas empresas está a Brico Alimentos, que conta com mais de 150 produtos entre pães pré-assados, crus e congelados. Porém, outro trabalho que tem sido realizado pela indústria consiste em não somente vender, mas sim auxiliar o varejo, para que o produto final que será levado pelo cliente no ponto de venda mantenha a qualidade garantida pela indústria.
Essa preocupação ganha ainda mais potencial quando se trata do produto congelado. “Os pães congelados são sensíveis às variações de temperatura, por isso toda a logística precisa seguir um rigoroso processo do começo ao fim. Para garantir que o processo seja respeitado, trabalhamos com frota própria e funcionários treinados. A partir do momento que o produto é entregue no estabelecimento, é necessário que o varejista tome os mesmos cuidados para garantir a sua qualidade”, explica a CEO da Brico, Anna Paula Souza.
Fonte: Revista Super Varejo