Nordeste marca presença em 20ª edição do Minas Trend
10/04/2017
Por: A TARDE - UOL
Pelo décimo ano consecutivo, o Minas Trend agita a capital mineira, e o nordeste se fez presente no salão de negócios. Ao todo foram 13 expositores nordestinos, sendo 1 da Bahia, 1 de Pernambuco, 3 do Rio grande do Norte e 8 de Alagoas. Minas Gerais ocupa a maior parte dos estandes de exposição, com 131 marcas.
O evento vem se consolidado no mundo da moda e o salão de negócios é uma oportunidade para que grandes e pequenas marcas obtenham uma visibilidade maior. Com 201 expositores ao todo, cada um possui o seu estande próprio e nele apresentam seus produtos, recebem compradores, visitantes e a imprensa.
Direto de Salvador, Vilhenna de Carvalho trouxe ao Minas Trend seus calçados e bolsas, todos feitos manualmente e confeccionados em 12 comunidades da capital. A marca teve início há doze anos e teve seu momento de glória através de incentivos governamentais, sendo assim, conseguiu participar de feiras fora do estado, como em São Paulo e aos poucos obteve reconhecimento, passando a comercializar seus produtos para grandes redes, chegando até a exportá-los para fora do país, como Tóquio e Caribe Francês.
“O trabalho é todo manual, feito em comunidades de Salvador, com acompanhamento da empresa, controle de qualidade, treinamento de pessoas e todo o preparo necessário para poder transformar a vida destas artesãs de baixo poder aquisitivo, dando a elas uma fonte de renda e uma boa qualidade de vida”, contou Vilhenna ao A TARDE.
Alagoas é o estado nordestino com maior número de expositores, sendo oito no total. Dois deles são Nina K, marca de acessórios artesanais, e Maneka, voltada ao vestuário feminino com um enfoque em modelos plus size.
Os acessórios confeccionados por Nina Katia, proprietária da marca Nina K são feitos de miçangas de vidro e fios de náilon. Em conversa com o A TARDE, Nina se mostrou empolgada com a repercussão que o nordeste está tendo no evento. “É interessante você ver como as pessoas estão recebendo os nordestinos aqui. As empresas nordestinas estão se destacando num mercado que você vê mais o sudeste e isso é um sinal de que a cultura nordestina tem muito valor, de que o nordeste está crescendo”, contou.
A marca também alagoana, Maneka, comandada pelas irmãs Lara Amorim e Lais Amorim, está no Minas Trend pela segunda vez e possui o público plus size como foco principal. Não são todas as marcas de vestuário que pensam neste modelo em específico e foi por conta disso que as irmãs decidiram tomar esta iniciativa. “Uma roupa maior estava ligada a uma roupa feia, sem forma, sem cor e sem modelo. Existia uma resistência na compra destes produtos e isso foi o que nos fez fabricá-lo, pois viajávamos para comprar, mas não conseguíamos. Encontrávamos opções, mas apenas com aspecto feio, velho. Foi a partir dai que conseguimos identificar a necessidade do cliente.”
A marca teve loja física na cidade de Salvador durante doze anos e Lara nos conta que pretende voltar a comercializar lá. “Tive loja em Salvador que me acolheu muito bem durante doze anos e hoje eu ainda volto lá para atender algumas clientes. Quero voltar a vender meu produto na cidade, mas através de alguma multimarca.”
A Bahia no Minas Trend
Sendo a única expositora Baiana do evento inteiro, Vilhenna de Carvalho nos conta que veio mostrar o que a Bahia tem de melhor: “estou muito orgulhosa em estar representando meu estado. Vim mostrar que a Bahia tem potencial para estar num evento deste porte e apresentar o melhor dela para o mundo, uma vez que neste evento há pessoas do país inteiro e de fora também”.
A Bahia não possui semanas de moda como as ocorrem em outros estados, e, segundo a proprietária da marca, isso é algo que faz falta para que o estado passe a ser reconhecido em outros lugares. “Um evento como este faz falta em Salvador, pois temos uma cidade muito rica e com muita gente que faz coisas belíssimas repletas de um artesanato muito bonito. Temos estilistas maravilhosos em Salvador e isso poderia ser motivo suficiente para juntar todos e montar uma semana de moda como esta para que eles possam ser reconhecidos”, afirmou.
Em todas as exposições, Vilhenna traz cocadas baianas para que os visitantes experimentem e se aproximem um pouco mais do estado, ainda que de longe. Estampadas na parte de trás da embalagem da cocada se encontram paisagens baianas, como a de Mange Seco e a do Centro Histórico de Salvador.

ACOMPANHE AS NOSSAS REDES SOCIAIS