Uma bandeira da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, a redução dos juros foi um dos assuntos da última reunião ordinária deste ano do Conselho de Assuntos Legislativos (CAL) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ocorrida no último dia 22/11, da qual participaram o vice-presidente da Fieg, Wilson de Oliveira, membro do colegiado, o presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares e Patrícia Oliveira, coordenadora administrativa da Fieg Regional Anápolis.
Wilson de Oliveira destaca que alguns parlamentares- deputados e senadores- que participaram das reuniões do CAL, têm “falado a mesma língua do empresariado”, em relação à necessidade de o País rever a política de juros altos. Ele ponderou que, no caso da taxa básica de juros, a Selic, enquanto no Brasil se pratica uma taxa em torno de 14%, em 85 países os juros básicos da economia estão no patamar de 7%. Pior, ainda, conforme destacou, são os juros do cartão de crédito, que batem à casa de 450% ao ano; do cheque especial, cerca de 290% ao ano e do crétido consignado, em torno de 45% ao ano.
Para Wilson de Oliveira, a redução da Taxa Selic seria vantajosa para o próprio Governo, que tem suas dívidas atreladas ao indicador. Além do que, diz ele, os juros altos estão matando as empresas, que estão fechando as portas e demitindo milhares de trabalhadores. A crise tem afetado sobremaneira o consumo e, com isso, cai também a arrecadação de impostos.
O empresário salienta que a Fieg tem defendido a bandeira da queda dos juros e de ampliação do crédito para as micro e pequenas empresas. Estas duas medidas, avalia, são cruciais para que a crise possa ceder e haja uma retomada da confiança interna e externa na economia do País.
O Conselho de Assuntos Legislativos, de acordo com Wilson de Oliveira, tem prestado um serviço de alta relevância para a indústria brasileira, ao monitorar todos os projetos que tramitam no Congresso Nacional e que, de alguma forma, impactam o setor produtivo. Inclusive , foi estabelecida uma pauta mínima, para avaliação das proposituras de maior impacto, como a terceirização, por exemplo, que foi também um tema dominante nas reuniões do CAL ao longo de todo ano.
Dado a este papel importante que o CAL exerce, diz Wilson de Oliveira, é que tem sido estimulada a participação dos presidentes dos sindicatos nas reuniões, para que os mesmos possam conhecer a profundidade do trabalho desempenhado pelo Conselho, que é presidido pelo goiano Paulo Afonso Ferreira, ex-presidente da Fieg. “Vamos continuar levando a contribuição de Goiás para o CAL e marcar presença com as nossas lideranças para que possamos fortalecer ainda mais o Conselho e dar amplitude às suas ações”, pontuou o vice-presidente da Fieg.
Empresários e trabalhadores unidos
No mês de julho último, um encontro ocorrido na Casa da Indústria, em Goiânia, reuniu lideranças do Fórum Empresarial de Goiás e representações da classe laboral, iniciando o movimento contra os juros altos. “Foi uma reunião histórica”, lembra Wilson de Oliveira, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e presidente da Fieg Regional Anápolis. Conforme diz, este movimento continua ativo e a expectativa é que, no próximo ano, aconteçam novas ações no sentido de conscientizar o Governo Federal, o Congresso Nacional e a sociedade em geral, sobre os malefícios que a política de juros altos tem trazido ao Brasil, em especial, ao setor produtivo.
Wilson de Oliveira lembra que o movimento reúne o Fórum Empresarial de Goiás- formado pela Fieg, Fecomércio (Fedação do Comércio do Estado de Goiás), Acieg (Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás), Facieg (Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás), Faeg (Federação da Agricultura do Estado de Goiás), FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Goiás) e Adial (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado); o Fórum Democrativa; a Federação dos Metalúrgicos do Estado de Goiás; a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e a Força Sindical. E, também, o Sebrae/GO e a OAB/GO. “Continuamos agregando parceiros que são sensíveis à nossa causa”, disse Wilson de Oliveira.
Conforme avalia, é necessário reverter a lógica perversa que os juros altos provoca, ou seja, o fechamento de empresas e, consequentemente, o aumento do número de desempregados, a queda de renda das pessoas e o endividamento das famílias, além da queda vertiginosa na arrecadação de impostos, o que se reflete na redução de investimentos que poderiam ser feitos na educação, na saúde, na melhoria da infraestrutura do País, visando torná-lo mais competitivo, dentre outras áreas. Por outro lado, os bancos exibem balanços com altos lucros. “Alguma coisa está errada e é isso que queremos mostrar aos políticos e à sociedade”, arremata Wilson de Oliveira.