Crise e restrições não favorecem a indústria da campanha eleitoral
15/08/2016
Por: Com informações do Bem Paraná
Considerado o período mais curto e cheio de restrições para materiais de propaganda, a campanha eleitoral de 2016 pesará no bolso de agências de publicidade e gráficas. Este período foi reduzido pela metade, passando de 90 dias para 45 dias.
Nesta campanha estão proibidos materiais utilizados em anos anteriores, como cavaletes e outdoors. Outro fator é a restrição no financiamento, já que pessoas jurídicas não poderão fazer doações para candidatos.
Para algumas agências de publicidade, as novas regras significam mais trabalho e menos faturamento. “Com a proibição das doações de empresas, sem dúvida o dinheiro que corria nas outras campanhas vai diminuir consideravelmente”, afirma o publicitário Kal Gelbecke, membro da diretoria e ex-presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná (Sinapro-PR). “Muitos profissionais que trabalham com custos maiores estão se adaptando ou não estão aceitando trabalhar com valores melhores. É como trabalhar o dobro e ganhar menos”.
O profissional afirma que, mesmo com a diminuição dos recursos, a campanha deste ano deverá exigir ainda mais dos profissionais. Ele lembra que o uso das redes sociais exigiu uma profissionalização. “O Facebook, por exemplo, também exige uma produção de vídeo, uma equipe e atenção diária, quase full time”.
Para o presidente da regional paranaense da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf-PR), Jair Leite, o tempo de campanha reduzido pesará mais no bolso para o setor do que as restrições orçamentárias ou de materiais. “Imaginamos que essa campanha será relativamente pobre porque será muito rápida”, diz. “Alumas gráficas sempre acabam pegando campanhas grandes, mas no geral vai cair, porque o prazo será muito curto e não vai dar para os candidatos fazerem muitos giros. E até agora nenhuma campanha tem sequer CNPJ”. A legislação eleitoral determina que todos os materiais de campanha devem ter CNPJ.
Jair Leite também avalia que as gráficas ainda têm o papel essencial nas campanhas. “Os materiais gráficos sempre são uma aposta dos candidatos. Eles têm como recursos as mídias sociais, o corpo a corpo e os materiais impressos”, afirma. Diante da crise e do receio dos empresários do setor, a Abigraf nacional produziu uma cartilha para orientar sobre as restrições.
A cartilha pode ser acessada
aqui.