“A Alemanha é referência mundial em energia renovável, enquanto Palmas tem oito vezes mais capacidade de insolação que lá; por isto, temos potencial para nos tornarmos a capital mais sustentável do planeta, e podemos chegar a isto trabalhando em conjunto com a construção civil palmense”. Esta afirmação do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, dimensiona o valor da parceria estabelecida entre a gestão municipal da capital e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Tocantins (Sinduscon-TO) em reunião realizada nesta segunda-feira, 30, na sede do Sindicato.
Além do prefeito Amastha e do presidente do Sinduscon-TO, Bartolomé Alba Garcia, representantes de nove incorporadoras [Alpha Arquitetura, Elmo, Grupo Ferrer, Inovatec, JP Arquitetura, M&V, Politec, Tewal e Vértice] que atuam em Palmas também participaram do encontro. Dentre outros temas relacionados à sustentabilidade, foi discutida a recém-homologada Lei Complementar 327, batizada de Palmas Solar, que prevê incentivos às empresas que se aderirem à criação de projetos que contemplem o crescimento sustentável do município, como a troca da matriz energética de elétrica para solar, por exemplo.
Otimismo compartilhado
Para o presidente Bartolomé Garcia, o resultado da reunião deixou o setor muito otimista. “A conversa foi muito produtiva. Reunir o prefeito e o empresariado da construção civil é importante para que sejam discutidas as demandas de ambas as partes. Com esta Lei da energia sustentável, haverá um incentivo considerável para as empresas que decidirem participar desta mudança, que será um marco em Palmas. Nós sabemos que devemos pensar na sustentabilidade de todo o planeta, não só de uma cidade; mas, tudo deve começar de algum lugar, e a nossa proposta conjunta é fazer com que Palmas se destaque em sustentabilidade e se torne um grande modelo no Brasil, no mundo. Acreditamos muito neste projeto, que vai ao encontro do que desejamos; vemos ele como viável e necessário para a nossa cidade”, ressaltou Bartolomé.
De acordo com o prefeito Amastha, o setor da construção civil é diferenciado e, por isto, deve receber incentivos igualmente distintos para acompanhar esta tendência de transformação. “Este é o ramo que mais gera emprego e renda na cidade, por isto, merece um tratamento diferenciado, pois traz novas esperanças para a nossa economia. E o Palmas Solar deixa claro que queremos ser este parceiro e indutor do desenvolvimento no setor, que tem apresentado uma evolução visível no nível da construção na capital. É muito fácil notar a diferença nas obras de cinco, seis anos atrás e as de agora, e isto é uma conquista do setor. Agora, queremos apoiar com políticas públicas e incentivos, como o desconto de até 80% no IPTU, por cinco anos, a quem utilizar a nova matriz. Nós vamos fazer a nossa parte para as empresas possam ter tranquilidade para fazerem a delas também. As cidades intermediárias são a resposta para o futuro da humanidade, e nós nos enquadramos neste perfil, pois temos muito o que crescer e podemos fazer isto desenvolvendo modelos de sustentabilidade que podem virar referência”, disse o prefeito.
Condições ideais
Dados os potenciais energéticos solares palmenses, ainda segundo Amastha, Palmas apresenta todas as condições ideais para realizar uma revolução na matriz energética local. “Se há uma cidade no mundo que possa pensar nesta mudança completa de matriz de energia, ela é Palmas. Nós temos oito vezes mais capacidade de insolação que a Alemanha, que hoje é a referência, e temos de aproveitar isto. No Brasil, apenas oito municípios possuem uma legislação para a construção sustentável, mas, eu garanto: nenhuma delas é tão completa quanto a nossa. A empresa que decidir investir nisto, terá todo o apoio da prefeitura; por isto, esta reunião não deixa de ser uma oportunidade de negócios para os empresários. Este mesmo sol que nos ‘mata’ tem que ser o sol que vai nos ajudar a desenvolver melhor, a enriquecer o nosso povo”, finalizou Amastha.
Conhecendo a tecnologia
Para melhor contextualizar os empresários da construção civil sobre a tecnologia de energia renovável, uma das propostas acordadas na reunião foi a criação de um seminário voltado especificamente para as incorporadoras, conforme explicou o presidente Bartolomé. “Vamos realizar um seminário envolvendo pessoas especializadas no setor sustentável, como empresas que constroem os equipamentos ou que trabalhem com eles. A proposta é fazer os empresários entenderem que há benefícios nesta mudança, que antes vinham só em longo prazo, mas, agora, com o projeto da prefeitura, já chegam de imediato. Primeiro, as reuniões vão envolver as incorporadoras, porque elas têm maior empregabilidade e trabalham com grandes obras, o que faz com que elas sejam, naturalmente, as pioneiras no processo, até mesmo para que ajudem a alavancar a proposta. Mas, isto não significa que a prefeitura não vá olhar com bons olhos para as obras de menor porte; a proposta de transformação está aberta a todos os interessados”, esclareceu Bartolomé Garcia.
Palmas Solar
A Lei Complementar 327, conhecida como Palmas Solar, foi publicada no Diário Oficial do Município no dia 24 de novembro de 2015. Informações completas sobre a mesma podem ser obtidas no site oficial da prefeitura de Palmas, por meio do link: http://palmassolar.palmas.to.gov.br/sobre.