A chuva é necessária para o desenvolvimento de diversas culturas agrícolas no país, desde que caia nos momentos certos. Durante a colheita do milho, por exemplo, o excesso de água prejudica não só a utilização do maquinário como também pode afetar diretamente a planta. O professor Felipe Pilau do Departamento de Engenharia e Biossistemas da ESALQ-USP explica que “o ideal é retirar o milho já seco do campo, porque se houver dias de chuva e a espiga ficar molhada, pode acontecer o apodrecimento do grão”.
Felizmente a Região Centro-Oeste, uma das principais produtoras do país, passa por uma semana com muito sol e calor. Segundo o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo, “isso se deve à presença de um sistema de alta pressão atmosférica, nos níveis médios, que impede a formação de grandes nuvens”.
Com a presença do sol desde cedo, a tendência é de mais aquecimento do ar. “Mas as madrugadas continuam frias, uma vez que a presença de pouca ou nenhuma nebulosidade faz com que a atmosfera perca calor rapidamente”, explica Nascimento. O ar seco vai persistir sobre o Estado de Mato Grosso e a tendência é de que não ocorra chuva nos próximos 15 dias, o que é positivo para a colheita do milho.
As chuvas que caíram entre os dias 18 e 22 de maio devem influir positivamente para uma boa produtividade. No entanto, informações do IMEA, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, relatam problemas pontuais com a infiltração de água nas espigas.
“O estrago foi na qualidade, houve perda, mas não foi significativa”, comenta Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso). “Tem algumas regiões que plantaram mais cedo e estão sendo afetadas, como norte, oeste e alguns outros pontos”, complementa.
Dados do IMEA apontam que aproximadamente 1,6% da área plantada já foi colhida, o que representa pouco mais de 45 mil hectares. A estimativa de produção para a safra deste ano é de 20,33 milhões de toneladas do grão, sendo o rendimento médio de 103,34 sacas por hectare, 11,71 sacas a mais do que a safra 13/14. A explicação para a boa produtividade foi o clima favorável durante o mês de maio.
Preços
Com o aumento da produtividade os preços tendem a baixar. Segundo o IMEA, no mercado interno a média para Mato Grosso, em junho, está na casa dos R$ 15,25, mantendo-se estável no comparativo com maio. Na quarta-feira (10) a saca de 60 quilos de milho fechou cotada entre R$ 14,50 em Sorriso e R$ 18,20 em Rondonópolis.