O escoamento do milho safrinha está lento em Mato Grosso, o que tem provocado problemas para os transportadores do grão. Houve queda no preço do frete. Esse ano, o quilômetro rodado está saindo entre R$ 3,30 a R$ 3,50, com redução de 12% em relação ao ano anterior.
Há pelo menos 60 dias o agricultor Jaime Farinon terminou a colheita do milho nos 500 hectares de lavoura plantados em Sinop, norte do estado. A produtividade média foi de 55 sacas por hectare. O agricultor preferiu não vender e aguardar a reação nos preços, que atualmente estão em uma média de R$ 10,70. O grão está estocado no armazém da própria fazenda.
“Nós estamos tentando. Creio que com esperança reaja um pouco mais. Quem sabe para frente vender por cerca de R$ 14 a R$ 15 o saco para compensar”, diz Frainon.
Enquanto o agricultor espera por um bom negocio pra vender a produção de milho, o motorista também aguarda parado por uma melhoria no preço do frete. “Prejudica bastante porque o produtor segura o produto. Com isso, cai demais a demanda de frente e aumenta muito o fluxo de caminhão parado”, reclama o motorista Luiz Carlos de Paula.
Normalmente, as transportadoras ficam bem movimentadas após a colheita, mas este ano o escoamento do grão está mais lento e houve queda na procura por frete. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Mato Grosso colheu 17,7 milhões de toneladas de milho nessa safrinha. Até agora foram comercializados 51% da safra. No mesmo período do ano passado, o volume de milho escoado chegava perto dos sete milhões de toneladas.
Com a procura em baixa, o preço do frete caiu. Esse ano, o quilômetro rodado está saindo entre R$ 3,30 a R$ 3,50, com redução de 12% em relação ao ano anterior. “Hoje, a redução no volume de frete está bem menor em relação ao mesmo período do ano passado tanto em volume como em valores de frete”, diz João Zuchini, gerente de transportadora.