As Escolas de Panificação do SENAI Rio estão contribuindo para mudar o perfil dos trabalhadores da indústria de panificação. As unidades já receberam volume de investimento superior a R$ 5 milhões, entre 2008 e 2013. Com isso, o setor passou a contar com sete unidades fixas, três das quais inauguradas entre o fim do ano passado e o início de 2014: em Campos, Nova Friburgo e Volta Redonda. Há quatro escolas móveis, duas delas em operação desde o ano passado.
Esses investimentos se transformam em mão de obra qualificada para a indústria de panificação fluminense. Desde 2009 foram 6.222 profissionais capacitados por meio de vagas gratuitas abertas em editais para os sindicatos do setor. Na avaliação de Marcia Losso, supervisora técnica do Centro de Tecnologia SENAI (CTS) Alimentos e Bebidas, as ações da instituição, em parceria com os sindicatos, alteram progressivamente a forma de ingresso dos trabalhadores no mercado. “Antes, os padeiros e confeiteiros eram contratados sem nenhuma experiência. Hoje, na hora de contratar, muitos empresários já exigem o diploma do SENAI”, detalha.
Na avaliação de Paulo Cezar de Oliveira, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Nova Friburgo (Sindanf), o investimento na formação de mão de obra fortalece as empresas do setor: "A FIRJAN cumpre seu papel ao criar as melhores condições para as indústrias fluminenses crescerem", afirma.
Entre as vantagens da formação, Luiz Sidrim Aragão e Melo, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria da Região Sul do Estado do Rio de Janeiro (Sipacon), cita o aprendizado de técnicas modernas e a redução do desperdício de matérias-primas. Em março, o Sipacon, receberá a segunda unidade móvel para atender a demanda dos 19 municípios da Região Sul Fluminense. “Já temos programação até para 2015 e há outras demandas em estudo para as unidades móveis”, acrescenta Sidrim.
As Escolas de Panificação do SENAI já formaram mais de 6 mil padeiros e confeiteiros
Campos, por sua vez, ganhou uma unidade fixa em novembro do ano passado, com previsão de turmas cheias em 2014 e o lançamento do curso de atendente de padaria. “O atendimento no nosso ramo tem uma dinâmica própria, com horários de pico e uma fidelidade diária de clientes única. Uma parcela de, no mínimo, 50% dos consumidores vai diariamente à mesma padaria. Por um lado, essa característica facilita um pouco o atendimento, mas por outro, gera uma preocupação muito grande”, justifica José Tadeu Rodrigues Almeida, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitarias, de Produto de Cacau e Balas, Massas Alimentícias e Biscoitos, da Cerveja e Bebidas em Geral e de Doces e Conservas Alimentícias de Campos (Sipal).
Em Petrópolis, a novidade é o programa piloto de estágio para os alunos da Escola de Panificação do SENAI, que foi a primeira do estado, inaugurada em 2008. Logo que a ideia foi lançada, no final de 2013, oito empresas se mostraram interessadas em participar, segundo Roberto Badro, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Petrópolis (Sindpães). O programa de estágio será voltado somente às empresas associadas ao sindicato. “Petrópolis sai na frente e pode ser exemplo. Será uma importante ferramenta de divulgação para o setor”, diz Badro. No futuro, o programa será oferecido em outras regiões do estado do Rio.